postado em 09/06/2011 22:04
Os efeitos da greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) começam, aos poucos, a ser sentidos pelos alunos, por afetarem alguns serviços básicos da universidade. Alunos que tiveram a rotina mudada em decorrência do fechamento do restaurante universitário e da biblioteca central, por exemplo buscam, agora, alternativas para reparar os prejuízos.Juliana Motter, estudante do curso de letras, conta que, sem o restaurante universitário, ela gasta muito mais do que o planejado. ;Sem o RU [restaurante universitário], eu gasto mais dinheiro. Como geralmente eu almoço na UnB, de segunda à quinta, me resta comer fora do campus e pagar quase cinco vezes mais por uma comida semelhante.;
Apesar de não ser contra a greve, Mariana Mourão, aluna de ciências sociais, também se sente prejudicada com o fechamento do restaurante. ;É muito ruim quando o RU não funciona. Eu não tenho carro e, perto da UnB, tem poucos lugares para comer. O RU custa R$ 2,50 e, mesmo com lanchonetes, elas não conseguem atender à alta demanda de alunos;, diz.
O fechamento da biblioteca também afeta os estudantes, principalmente porque o semestre está praticamente no fim, com prazos finais de avaliações e entrega de trabalhos. Tatiana Tenuto, aluna do curso de comunicação social, relata que se sentiu prejudicada pelo não funcionamento da biblioteca por não ter local apropriado para estudo no campus. ;Estou me formando e preciso do serviço, tanto para acessar o acervo quanto para ter um lugar tranquilo pra estudar. Não posso parar minha monografia.;
Alguns dos serviços da UnB estão suspensos porque os servidores técnico-administrativos aderiram à greve nacional proposta pela Federação de Sindicato de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra). O motivo da paralisação é a falta de cumprimento de parte de acordo feito com o governo em 2007.
Os servidores querem o reajuste do piso salarial para três salários mínimos, o reposicionamento dos aposentados que tiveram perda salarial, a racionalização dos cargos e a abertura imediata de concursos públicos para a substituição dos funcionários terceirizados.
Para Léia de Souza Oliveira, uma das coordenadoras da Fasubra Sindical, a luta é pelo aprimoramento da carreira e a melhora dos instrumentos de gestão. ;Estamos lutando pela nossa valorização salarial. E esperamos que o governo resolva rapidamente esse impasse, pois nós não temos interesse em ficar numa greve longa;, explica.