Cidades

Varejo espera crescimento de 12% com a chegada das festas juninas

postado em 10/06/2011 08:00
A movimentação do varejo do Distrito Federal impulsionada pelas festas juninas está no ápice. Os festejos, que começam em maio e podem durar até quatro meses, concentram-se principalmente no mês atual. Os comerciantes locais estimam uma alta significativa nas vendas, de até 12% frente à mesma época de 2010. O movimento deve ficar restrito aos estabelecimentos especializados. Casas que trabalham com doces, chocolates, milho, pipoca, vinho e outros alimentos e bebidas que fazem parte da celebração devem experimentar incremento nos ganhos. Também deve haver elevação dos lucros das lojas que ofertam roupas típicas.

Geraldo Araújo, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF), afirma que os donos de lojas destinadas a produtos juninos têm-se mostrado satisfeitos com o movimento de clientes, e contam faturar de 9% a 12% a mais do que em 2010. ;É uma data importante, principalmente no DF, onde a cultura nordestina é bastante presente. Dependendo do estabelecimento, pode ser a segunda melhor época do ano, atrás do Natal;, comenta.

Araújo, no entanto, ressalta que os consumidores estão mais cautelosos na hora de comprar, em razão do endividamento das famílias. Lembra ainda que o cliente pode decidir priorizar gastos do segundo semestre, como férias de julho e Dia das Crianças. ;O varejo por enquanto está otimista, pois não sentiu os efeitos do endividamento e das restrições ao crédito. Notamos apenas uma alta nos pagamentos à vista;, destaca.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Turismo e Serviços do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana, diz que a entidade prevê um faturamento mais modesto do que o esperado pela CDL para os festejos de junho.

;Realizamos uma consulta telefônica às principais lojas que costumam capitalizar nessa época. As festas juninas começaram em maio e, às vezes, se prolongam até agosto, então dá para movimentar razoavelmente a economia. Mas os empresários não estão acreditando em um lucro tão alto. A alta deve ficar entre 5% e 5,5% na comparação com o ano passado;, comenta Adelmir.

O Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) trabalha com uma previsão próxima da feita pela Fecomércio-DF. De acordo com Antônio Augusto de Morais, presidente da entidade, o fato de o consumidor estar retraído em razão do endividamento está fazendo com que os lojistas esperem ganho não superior a 4,5% frente a igual período de 2010. ;É mais ou menos o mesmo patamar alcançado no ano passado ante a 2009;, diz.

Atacado
Se para o varejo o período de maior aquecimento nas vendas relacionadas às festas juninas somente começou, para o atacado aproxima-se a hora de começar a computar os lucros. O segmento, responsável por abastecer supermercados, lojas e afins, deu a largada nas vendas de produtos típicos antes mesmo de maio.

O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista), Fábio Carvalho, comemora os bons resultados que uma observação preliminar anunciou. ;Quando se iniciaram as vendas, estávamos esperando uma alta de 8% e 12% nos lucros frente ao mesmo período do ano passado. Indicadores da semana passada mostram que o incremento com certeza ficará acima de 10%. É excelente, acima da inflação;, diz. Carvalho destaca que um produto cujo desempenho chamou a atenção este ano foi o vinho. ;Ele vem crescendo no mercado nacional;, comenta.

O presidente do Sindiatacadista ressaltou que os produtos que tiveram melhor saída na compra a granel foram os mesmos que fazem sucesso no varejo nessa época do ano. ;Pé de moleque, chocolate, camisas xadrezes, calça jeans, chapéu, bandeirinhas, tudo isso está vendendo bem;, afirma.

Aperto
O número de famílias que declarou ter dívidas aumentou, em maio, na comparação com o mesmo mês de 2010. O índice ficou em 64,2%, contra 58,7% no ano passado. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Passou de 7,8% para 8,6% o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar as dívidas. Para a Confederação Nacional do Comércio (CNC), os números da pesquisa mostram uma alta moderada da inadimplência.

Tempo de fogueira
Festas junina ou dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionadas à comemoração pagã do solstício de verão. Na Idade Média, a prática foi cristianizada e as comemorações passaram a homenagear os santos católicos. A fogueira é o traço comum que une todas, na Europa ou no Brasil.

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