Cidades

Especialistas alertam para impactos da falta de coleta adequada de lixo

postado em 10/06/2011 08:00
Joana, Ana Cristina e Rômullo: Brasil longe de ser um país sustentávelO Brasil ainda tem muito o que se fazer para se consolidar como um país sustentável no planeta. Essa foi a constatação do debate provocado pelo Projeto Dois Pontos, do Correio Braziliense na noite de ontem. Com base nos dados apresentados pelos palestrantes, assinantes e leitores puderam perceber que, embora o nosso país esteja se preparando para sediar o maior evento mundial de meio ambiente em junho do ano que vem, a Rio 20, estamos longe de ser exemplo no quesito de conservação ambiental.

No bate-papo, a consultora e especialista em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, Joana Bicalho, falou sobre a logística reversa, referente ao fluxo de descarte de produtos utilizados. Segundo a especialista, o território nacional produz diariamente cerca de 2,5 milhões de toneladas de lixo. ;Isso corresponde a 15 montanhas do tamanho do morro Pão de Açúcar;, ressaltou.

Desse total, 40% correspondem ao lixo depositado a céu aberto. Apenas 8% dos 5.565 municípios brasileiros contam com sistema de coleta seletiva e somente 2% do lixo produzido no país são aproveitados para a reciclagem.

O impacto provocado pelos rejeitos também afeta a economia brasileira. Para cada tonelada de resíduo, são gastos R$ 150 com a coleta e o aterro sanitário. Se a quantidade pudesse ser reduzida, o país diminuiria a despesa diária de R$ 27 milhões com o lixo e poderia ampliar os investimentos em áreas como saúde e educação.

A representante nacional da The Nature Conservancy (TNC), Ana Cristina Barros, mostrou que o desmatamento provoca um desequilíbrio ambiental enorme. ;Há um fracasso na implementação do Código Florestal, por exemplo, tema que vem sendo discutido diariamente pelos governantes;. Segundo ela, a devastação alcança 330 milhões de hectares de áreas brasileiras.

Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), chamou atenção para as unidades de conservação. Segundo ele, os países têm demonstrado um crescimento populacional muito grande e é necessário decidir qual caminho escolher para preservar o planeta. ;Como vamos sustentar essa demanda exagerada? O Brasil, particularmente, tem 20% das espécies de seres vivos de todo o mundo. Isso nos dá uma responsabilidade grande;, alertou.

A discussão de temas atuais e relevantes é sugerida pelo Correio mensalmente e aberta para assinantes e leitores. Os mediadores de ontem foram o editor de Suplementos e Projetos Especiais, Renato Ferraz, o subeditor de Mundo Rodrigo Craveiro, e o repórter responsável pelo site de sustentabilidade do jornal, João Paulo Resende.

A professora aposentada Maria Luiza Cordeiro compareceu à discussão para se informar sobre as melhores formas de ajudar a conservação do meio ambiente. ;A gente sabe que a destruição do mundo tem sido grande. Por conta dos interesses capitalistas, ignoraram esse problema e agora temos que correr atrás do prejuízo;, lamentou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação