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Ceilândia terá shopping center em 2013. Investimento será de R$ 350 milhões

postado em 11/06/2011 08:00

A previsão é de que o shopping empregue 3 mil operários na fase de construção e outros 2,5 mil profissionais depois de concluídoCeilândia está entre as cidades do Distrito Federal que se destacam graças à atividade econômica aquecida e ao potencial de consumo de uma classe média em expansão. A região administrativa mais populosa do DF, com 398.374 habitantes, tem 33,3% de sua mão de obra ocupada no comércio, segundo dados da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). A partir de setembro de 2013, essa proporção, considerada elevada, deve crescer, e os moradores e empresários do lugar terão uma reivindicação antiga contemplada. Trata-se da data marcada para a inauguração do Ceilândia Plaza & Tower Shopping, primeiro centro de compras da cidade. O empreendimento começou a ser construído e demandará investimento de R$ 350 milhões. Terá 160 lojas e empregará, na fase de edificação, 3 mil operários e outras 2,5 mil pessoas quando estiver pronto.

O shopping ficará na avenida Hélio Prates, na altura da QNM 34, entre o Setor M Norte, uma expansão de Taguatinga, e o início de Ceilândia. O empreendimento acaba com a dependência dos moradores de Ceilândia em relação à região administrativa vizinha para consumir e ter opções de lazer. Taguatinga, apesar de ter uma população menor ; 221.909 habitantes, segundo a Codeplan ;, conta com dois grandes centros de compras, ambos bem sortidos de lojas renomadas.

Ceilândia ficou atrasada em relação à vizinha em razão da renda menos polpuda de seus moradores. Enquanto Taguatinga registra um ganho mensal médio de R$ 1.645 por morador, em Ceilândia o rendimento per capita é de somente R$ 604, de acordo com dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (Pdad), realizada pela Codeplan em cada cidade.

Entretanto, o mesmo levantamento mostra que os habitantes de Ceilândia aproveitaram o crescimento da renda e as facilidades de crédito dos últimos anos para se abastecerem de bens de consumo de alto valor agregado. De acordo com a Pdad , 51,6% deles têm carro; 12,6% têm notebook; 43,3% têm microcomputador, entre outras comodidades (veja Quadro).

Além disso, a região administrativa é, atualmente, uma das vedetes do mercado imobiliário do DF, ao lado de outras como Samambaia, Gama e Taguatinga. Com a valorização do metro quadrado, é esperado que a cidade seja ocupada cada vez mais por uma classe média migrante da zona central, que ajudará a puxar o rendimento para cima.

Os investidores que estão erguendo o centro de compras apostam em um bom desempenho do shopping. ;Contratamos uma empresa especializada para ver o potencial de mercado. Foi levado em conta o número de habitantes, a renda e as operações de varejo existentes na região. A conclusão foi de que há um grante potencial de mercado;, afirma Edmar Barros, superintendente de shopping centers do Grupo PauloOctávio, responsável pela construção.

Para o consultor de varejo Alexandre Ayres, o mercado de consumo de Ceilândia é capaz de absorver um empreendimento desse porte. ;É adequado, a renda está crescendo. Além disso, a oferta de lojas de rua na cidade é muito boa, mas lá falta lazer;, comenta.

Clemilton Saraiva, presidente da Associação Comercial de Ceilândia (Acic), lembra que os empresários da cidade vinham pedindo um centro de compras há um bom tempo. ;A cidade foi se modificando economicamente, especialmente nesse momento vivido nos últimos oito anos. Acredito que vai fazer bem para o comércio de rua e outros negócios. Mudará a visão dos empreendedores. Apesar de estarem em uma cidade de quase 400 mil habitantes em franca ascenção social, eles ainda trabalham com uma ótica de cidade pequena;, acredita.

Estudo
A Pdad 2010/11 é a segunda pesquisa domiciliar realizada no Distrito Federal. O primeiro levantamento ocorreu em 2004. A Codeplan já levantou dados em 10 regiões administrativas. A intenção é que, até o fim deste ano, as 30 regiões administrativas do DF tenham sido visitadas pelos pesquisadores.

Apostas nas classes C e D
Os dois últimos shoppings construídos no Distrito Federal foram erguidos no Plano Piloto. Diferentemente do de Ceilândia, que terá como público-alvo as classes C e D, eles atraem principalmente consumidores das faixas de renda A e B. Um deles tem como foco principal o mercado de luxo e os altos salários de políticos e funcionários públicos da capital federal.

O Boulevard Shopping, no final da Asa Norte, foi inaugurado em junho de 2009. Administrado pela Aliance Shopping Centers, teve investimento de R$ 200 milhões. Atualmente, o centro de compras de 143 lojas recebe principalmente clientes das classes A e B. De acordo com informações do shopping, em torno de 70% do público é formado pela classe B e 20% pela A. A classe C corresponde a uma fatia de somente 10% dos frequentadores.

Com perfil totalmente diverso, o Shopping Iguatemi, situado no Lago Norte, foi inaugurado em 30 de março do ano passado. Foram investidos nele R$ 180 milhões e o empreendimento, que comporta 170 lojas, trouxe para o DF caras grifes estrangeiras, como a italiana Ermenegildo Zegna, a francesa Louis Vuitton e a britânica Burberry.

Cenário

O empreendimento

160 lojas

416 salas comerciais

2,5 mil empregos diretos
após construção

R$ 350 milhões de investimento

2,4 mil vagas na garagem

121 mil m; de área construída


A cidade*

398.375 habitantes

Renda mensal por domicílio de R$ 2.407

Renda mensal per capita de R$ 604

51,6% dos moradores têm automóvel

12,6% têm notebook

43,3% têm microcomputador

76,7% têm aparelho de DVD

30,9% têm internet banda larga

*Fonte: Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (Pdad) 2010/2011, Companhia de Desenvolvimento do DF (Codeplan)

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