Cidades

Preços do álcool e da gasolina podem recuar ainda mais

postado em 12/06/2011 08:00

Tanto a gasolina quanto o álcool tiveram decréscimo de preços no mês de maio, respectivamente de 11,8% e 2,38%. A boa notícia é que existe margem tanto para um quanto para outro recuarem mais. Portanto, o consumidor pode aproveitar o momento para encher o tanque com mais generosidade ou programar viagens de carro, se desejar.

No segundo semestre do ano, quando a oferta de cana-de-açúcar escassear e começar o período de entressafra, a tendência é que ambos voltem a ter elevações de custo. ;A gasolina em si não varia de preço, pois já tem um tempo não é reajustada na refinaria. O preço dela está muito atrelado ao do álcool e à safra da cana;, destaca o economista André Braz, da FGV.

Ele explica que embora tenha tido uma forte queda no mês passado, o etanol tem alta acumulada no ano de 15%. A gasolina, de 2,28%. Portanto, os dois combustíveis ainda têm gordura para queimar. ;Há espaço para novas quedas;, afirma Braz.

O comerciante Edésio Lopes, 61 anos, taxa de ;abusivos; os preços dos combustíveis no Distrito Federal. Ele destaca como positivo o fato de álcool e gasolina terem recuado nos últimos meses, mas acha que os valores poderiam ter ficado mais baixos ainda. ;Acho que o governo deveria interferir mais;, opina.

Para desembolsar menos dinheiro na bomba, Edésio vive atento às promoções. ;Se um posto estiver vendendo mais barato, dou um jeito de encher o tanque. Tem um ao qual eu vou sempre, ele vende cerca de R$ 0,02 mais em conta do que os outros. No preço final faz diferença, então eu dou preferência;, conta.

CARNE BOVINA

Os cortes do boi começaram a sinalizar que vão parar de cair. Após um recuo de 1,02% em abril, subiram 0,08% em maio. A chegada do inverno não afeta o preço da carne tão rapidamente quanto o do leite. O motivo é que, depois que as pastagens ficam secas, passa-se um tempo até que o gado perca peso e isso comece a influenciar a oferta.

ALUGUEL RESIDENCIAL

O custo para morar pulou de uma alta de 0,10% em abril para uma mais acentuada de 0,60% no mês passado. Para o economista André Braz, da FGV, o movimento tem relação com o momento aquecido do mercado imobiliário. ;Não é só em Brasília, mas no país todo;, destaca. Nos últimos 12 meses, o aluguel em Brasília subiu 5,56%, acima da inflação local de 4,98%.

FRUTAS

As frutas em geral migraram de uma alta de 0,39% em abril para um recuo expressivo em maio, de 2,09%. Esse recuo universal sinaliza que, no momento, há mais frutas no período de safra do que no de entressafra. A coincidência é feliz para os consumidores. Algumas das que mais caíram foram a apaya (-10,54%), a banana-prata (-7,69%) e a laranja-pera (-0,93%).

Vilões
PASSAGENS AÉREAS: O tíquete para viajar havia caído 4,65% em abril, por tratar-se de baixa temporada. Em maio, a aproximação do mês de julho, quando ocorrem as férias de meio de ano, já se fez sentir. O bilhete de avião registrou alta de 8,25% no mês passado. O economista André Braz diz que a dica é garantir a passagem o mais rápido possível. ;Quanto mais tempo passar, mais caro ficará;, diz.

PÃO FRANCÊS: Muito consumido pelas famílias, o alimento passou de uma queda de 1,24% em abril para alta de 1,40% em maio. André Braz ressalta que o trigo, principal matéria-prima do pãozinho, está com os preços estáveis no mercado internacional. A elevação de preços pode ter sido causada por ajustes de mercado interno ou por variações no valor do trigo datadas do início do ano, mas percebidas agora.

LEITE: O alimento já havia aumentado 1,68% em abril e aprofundou o movimento em maio, oscilando 2,30% para cima. A explicação é a chegada do inverno. ;À medida que o tempo fica mais frio, chove menos nas áreas de pecuária. A pastagem fica escassa, o gado fornece menos leite e ele sobe;, explica André Braz, da FGV. O consumidor deve ficar atento às promoções, pois a tendência é de mais altas.

Mocinhos

ETANOL: Após disparar 14,68% em abril, o derivado da cana-de-açúcar começou a devolver parte dos reajustes e registrou queda de 11,8% em maio. O quarto mês do ano março o início da safra da matéria-prima. Passado um tempo após as primeiras colheitas os efeitos da oferta maior aparecem nas bombas dos postos de combustíveis. O recuo dura até o próximo período de escassez.

FEIJÃO CARIOCA:
O grão havia subido 6,88% em abril, e recuou 2,82% em maio. ;Em geral, as oscilações do feijão têm relação com a safra interna;, explica André Braz, da FGV. Ele atribui a queda do mês passado às previsões otimistas quanto à colheita de 2011 feitas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ;Foi estimada alta com relação ao ano passado;, diz.

GASOLINA: Seu preço é fortemente atrelado ao do etanol, já que ela levava primeiramente 25%, e, agora, graças a uma resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP), 20% de álcool anidro em sua composição. Em abril, o derivado do petróleo cravou alta de 2,64% nas bombas. Em maio, devolveu quase todo o reajuste do mês anterior, ficando 2,38% mais barato.

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