A lista dos preparativos para as férias escolares de julho começa a ocupar parte das preocupações e da rotina das famílias que vão aproveitar o período para sair da cidade. A demanda no setor aumenta 20%, de acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). Para quem vai desfrutar de alguns dias de folga no próximo mês e ainda não providenciou detalhes importantes, como bilhetes aéreos ou pacotes turísticos, será preciso correr contra o tempo. Esta é justamente a época em que os preços começam a disparar e as opções ficam cada vez mais escassas.
Destinos internacionais são ainda menos aconselhados para quem vai providenciar tudo em cima da hora. A exigência de passaporte ou visto para entrar em alguns países é um detalhe que pode acabar com os planos de quem não se programou a tempo. ;A força da nossa moeda ainda favorece viagens para fora do país. É preciso que os interessados se organizem o quanto antes;, diz o diretor da Abav-DF, Carlos Vieira.
A nutricionista Margarete Arioza, 45 anos, pretende visitar parentes na Argentina em menos de um mês. ;Ainda não resolvi nada. Tenho um roteiro em mente, mas não comprei nem passagem. A passagem pode estar mais cara, mas eu dependo do trabalho para saber quando vou ter uma folga;, explica.
Antecedência
O diretor da Relp Turismo, Ivan Nascimento, diz que o planejamento, para quem vai ao exterior, deveria ser feito com pelo menos seis meses de antecedência. ;Sei que ainda não existe esse costume no Brasil, mas quem faz isso encontra preços baixos e melhores formas de pagamento;, assegura. Turistas que pretendem ir aos Estados Unidos, por exemplo, precisam se adiantar, no mínimo, em três meses.
Esse seria o tempo necessário para estar com os documentos em mãos. ;Para tirar o passaporte, há um verdadeiro funil na Polícia Federal. A demanda é enorme e é preciso esperar, em média, um mês para conseguir o documento;, conta. Caso não seja necessário dar entrada em um novo pedido, o problema pode ser a validade. O mais prudente é que a viagem seja feita no máximo seis meses antes de o passaporte expirar.
Quanto ao visto para os Estados Unidos, Ivan Nascimento diz que são mais dois meses de espera. ;A embaixada tem colaborado abrindo novas vagas, mas a procura é grande mesmo;. A saída pode ser optar por roteiros em países vizinhos ou europeus, que fazem a entrevista no momento do desembarque. Nesses casos, pode ser preciso comprovar meios de financiamento para o período da estadia, ter um seguro de saúde internacional e comprovante de hospedagem, apontando ao menos o endereço.
Recomendações
O jogador de basquete Márcio Cipriano, 32 anos, começou a programar a ida para Boston, Nova York e Orlando, nos Estados Unidos, com a esposa, Eula Karyne, em janeiro deste ano. ;Fechei com uma empresa de turismo pela comodidade de reservar tudo de uma vez. A antecedência fez com que eu pagasse mais barato e de uma forma mais segura;, conta.
Algumas recomendações caem no rol dos cuidados opcionais, como alertar a empresa de cartão de crédito que vou viajar, indicando o destino e o período. Quem arriscar embarcar sem fazer esse alerta corre o risco de ter o cartão bloqueado ao fazer uma compra fora do país. Fazer um cartão pré-pago também é uma possibilidade. Apesar de não contar milhas, essa é uma forma de evitar surpresas na volta para casa. A conversão da moeda é feita no ato do depósito e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é muito menor: cai de 6,38% para 0,38%.
Caso o saldo do pré-pago não seja gasto por completo, é possível pedir o reembolso em reais. Algumas empresas chegam a oferecer a opção de o turista manter o valor congelado até que seja feita uma nova viagem. Seria uma alternativa para conservar o crédito sem ter de pagar novas taxas de conversão.