Cidades

Negociação com bandidos muda rotina dos moradores da 711 Sul

postado em 14/06/2011 18:00

Entre 80 e 90 homens da Polícia Militar, Civil, Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Esquadrão de Bombas, COE e da Secretaria de Segurança Pública trabalharam no localO sequestro de quatro mulheres em uma casa da 711 Sul, que durou mais de seis horas, mudou a rotina de toda a quadra da Asa Sul próxima à residência. Foram tomadas diversas medidas para evitar desvios na negociação com os assaltantes, como o corte de energia e de água e a interdição das vias próximas ao local. Até as aulas de uma faculdade foram suspensas.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) e a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) suspenderam os serviços a pedido da polícia. Ambas foram restabelecidas por volta das 17h. Além disso, a W5 que fica entre a 711 e a 911 Sul também ficou interditada e os moradores foram orientados a passarem o dia fora enquanto a família continuava sendo feita refém.

O número de curiosos era imenso. Entre 80 e 90 homens da Polícia Militar, Civil, Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Esquadrão de Bombas, COE e da Secretaria de Segurança Pública trabalharam na segurança do local. Atiradores de elite e o ônibus do Comando de Elite da PM também estavam no local para qualquer necessidade.

Após a libertação dos reféns e a entrega dos acusados, a polícia liberou o tráfego de veículos e deixou interditado apenas o perímetro em volta da casa da família, onde será feita uma perícia.

[SAIBAMAIS]A vizinha de porta da família, a aposentada Diana Aires, 66 anos, disse que viu tudo. "Eu ouvi um barulho e fui até o portão para ver o que tinha acontecido. Eu vi o momento em que eles abordaram a primeira pessoa. Em seguida, corri logo para casa", explica. Ela também teve que deixar a casa e voltou apenas por volta das 16h30, quando viu que o cárcere havia terminado.

Reclamações
A quadra é considerada pelos moradores um espaço perigoso. Eles relatam que há casos de assalto, vandalismo e que a área também é frequentada por usuários de drogas. "O parquinho virou um ponto de crack. É um perigo, nem as crianças podem ir para lá. Eles roubam bicicleta, tênis e outro dia roubaram até o lanche de um menino", diz indignada Tânia Ribeiro, 46, moradora há 30 anos na região.

O aposentado Hélio Campos, 58, morador da quadra, também se mostrou indignado com a situação. Ele relatou que no domingo (12/6) uma criança foi assaltada. "Roubaram o celular e o aparelho de som. Isso aqui está um perigo. Não há policiamento e o caso da família refém só mostra a impunidade da Justiça. Como que dois homens com essa extensa lista de passagens estão soltos? É revoltante", lamenta.

As amigas Iolanda de Oliveira e Luciana Terra que moram na quadra vizinha, na 710 Sul, contam que tiveram o carro roubado anos atrás na porta de casa. "Deixei o carro na porta de casa e no dia seguinte não estava ali. Pelo menos foi só o carro", afirma Iolanda.

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