Cidades

Negociadores da PM criaram laços de confiança ao longo da ação

Antonio Temóteo
postado em 15/06/2011 08:10
A habilidade dos negociadores da Polícia Militar se mostrou determinante para preservar a vida das quatro mulheres mantidas reféns por dois bandidos na 711 Sul. Após seis horas de conversa, Adelino de Souza Porto e Bruno Leonardo Vieira da Cruz libertaram as vítimas e se entregaram sem resistência. Durante o processo de convencimento realizado pelos PMs envolvidos, os criminosos se mantiveram calmos, o que facilitou o sucesso da operação. No total, seis negociadores participaram da ação, mas um dialogou com a dupla armada. O número reduzido serve para a criação de um laço de confiança.

O coordenador das negociações, major Cristiano Ilineu Bandeira Batista, explicou que os 45 minutos iniciais de um sequestro são determinantes, porque os assaltantes normalmente estão nervosos. ;Nesse período, procuramos estabilizar a situação e tentamos estabelecer um contato cordial com eles. A intenção foi sempre trazê-los para o nosso lado, jogando aberto. Deixamos claro que a casa estava cercada e o único canal deles eram os negociadores.;

Esse procedimento foi feito ontem. Os diálogos ocorreram na entrada principal da casa, voltada para a área verde da 711 Sul. O policial responsável pela negociação ficou do lado de fora do portão e recebia a todo instante orientações dos colegas. Não entrou no espaço tomado pelos bandidos. Enquanto isso, os criminosos conversavam com ele de dentro da residência. Também houve conversas por telefone. Os PMs aceitaram uma exigência do assaltante Bruno: a presença do diácono Manoel Luiz Tranquilino do Nascimento ; os dois se conheceram na Papuda, em visita da Pastoral Carcerária. O religioso ajudou a convencê-lo a se entregar.

Paciência
O comandante do Batalhão de Polícia de Choque, tenente-coronel Gilson Leal, participou de oito negociações no DF envolvendo sequestros. Ressaltou que a determinação de tiro ou de invasão só ocorre quando o gerenciamento da crise por meio do diálogo não surte efeito. Ele mencionou um sequestro ocorrido em Ceilândia em 2008, quando um atirador do Bope acertou a cabeça do bandido. ;Ele usava medicamentos para se drogar, o que tornou impossível o diálogo. Por isso, o tiro;, relembrou. O oficial lembrou que a paciência e o preparo dos policiais envolvidos são fundamentais.

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