Cidades

Bombeiros invadem Câmara para pressionar Comissão de Segurança

postado em 15/06/2011 08:31
Um batalhão de bombeiros lotou o auditório da Câmara Legislativa na tarde de ontem para dar apoio ao comandante da corporação, coronel Márcio de Souza Matos. Ele foi chamado a dar explicações sobre a redução no número de praças e oficiais nos programas sociais atendidos pelo Corpo de Bombeiros em diversas cidades do Distrito Federal. Matos falou à Comissão de Segurança da Casa, convocado pelo presidente, o distrital Alyton Gomes (PR), que também é bombeiro. Mas, em vez de ser pressionado, foi o comandante quem intimidou o deputado. Acompanhado de uma tropa com cerca de 500 homens e mulheres, Matos leu um discurso, foi aplaudido pelos presentes, e nem sequer foi questionado pelos integrantes da comissão. ;É uma acusação mentirosa e sem provas;, rebateu ele.

A mobilização da categoria impressionou servidores e deputados. Em pleno horário de expediente, os bombeiros marcaram presença no parlamento. ;Trouxeram um batalhão para uma arena tão pequena. Para quê tudo isso?;, analisou um governista que preferiu não se identificar. Carros oficiais foram estacionados no pátio interno da Câmara, mas, segundo o chefe da comunicação social da corporação, major Mauro Sérgio, os veículos foram utilizados apenas por bombeiros cujas funções estão atreladas ao comandante. ;Não houve escala para comparecer ao depoimento. A mobilização foi voluntária.;

Alguns representantes da corporação admitiram ao Correio que estavam ;matando o serviço; para apoiar o comandante. ;Não estou preocupada em ter que responder futuramente por isso;, afirmou uma major que também pediu anonimato. No universo militar, faltar ao trabalho sem justificativa pode ser enquadrada como uma transgressão disciplinar e casos similares, normalmente, são investigados.

Questionado se haveria algum bombeiro faltando ao trabalho, Matos negou. ;Eles estão de folga. Isso mostra que o comandante tem liderança;, argumentou. Em sua gestão, o quantitativo de bombeiros nos programas sociais baixou de 120 para 70. Ele rebateu a acusação dizendo que ;racionalizou; a função de alguns praças e oficiais porque faltam homens e mulheres para executar tarefas operacionais.

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