postado em 17/06/2011 08:01
Escolham a melhor roupa quadriculada e se preparem para comer muita paçoca e pé de moleque. Não precisa ser dia de Santo Antônio, de São João ou de São Pedro. É época de festas juninas, que se espalham pelo DF (veja programação). Para aquecer as noites frias do mês, só com o quentão e com as labaredas que partem das fogueiras. As opções incluem eventos animados, com apresentações que vão desde duplas sertanejas a tendas de música eletrônica. Quadrilhas de homens e de mulheres fantasiados de caipiras também embalam as comemorações.A tradição de fazer uma festa para os três santos religiosos (leia quadro) encanta adultos e crianças. Nos colégios da cidade, meninos e meninas se divertem ao pintar bigodes e sardas no rosto e vestir camisas e vestidos multicoloridos, normalmente descombinados.
A festa junina da Escola Parque da 308 Sul, realizada no último dia 10, é uma das mais tradicionais da cidade. Ocorre desde a inauguração do colégio, em 1960. O diretor, Paulo César Valença, conta que o festejo é o mais simbólico do ano. ;É um dia letivo todo elaborado. A importância social é grande, afinal, os alunos, os pais e a própria comunidade se reúnem em uma só festa;, explica.
A cada ano, a família Mendes espera ansiosa a chegada do mês para ir às várias festas juninas da cidade. A pedagoga Tânia, 42 anos, e a filha Juliana, 16, ficam em dúvida do que comer diante de tantas guloseimas, uma mais gostosa do que a outra. Dão preferência aos churrasquinhos e à canjica.
O caçula Fabrício, 6 anos, fica nervoso com os ensaios da quadrilha. Neste ano, ele treinou com afinco, durante três semanas, a coreografia. ;As comemorações são muito boas, é um costume muito antigo que tem sempre de continuar;, opina Tânia.
Apresentação
O período de festividades à moda das cidades do interior é uma oportunidade de soltar o suingue e aproveitar a diversão.
O marcador da quadrilha Fuzaka, Wendel de Andrade, afirma que o nível dos grupos do DF está cada vez maior.
;Cada um tem o seu estilo, a sua forma de abordar e de transformar uma apresentação. As pessoas se empenham muito nas coreografias, na diversidade dos trajes;, explica ele, que atua como o narrador da história de uma das companhias mais tradicionais de Ceilândia e trabalha há 15 anos no ramo.
Mas, se na maioria das comemorações quem tem vez são os ritmos caipiras, algumas festas da cidade trazem também alternativas para quem deseja ouvir outro tipo de música. Nas comemorações do Clube do Rocha, por exemplo, no próximo 18 de junho, há espaços alternativos destinados a música eletrônica.
Em outros arraiais, a vez é da solidariedade. A festa do Centro Espírita Nossa Senhora da Glória, também no dia 18, é aberta a qualquer pessoa em busca de diversão. Mas, na ocasião, será vendida uma rifa de R$10. Os participantes irão concorrer a uma televisão, e o dinheiro arrecado será revertido para a construção de uma creche que atenderá crianças até 5 anos. ;Estamos tentando construir o prédio há sete anos. A obra já está em andamento e vamos montando aos poucos, com recursos próprios. Com o que arrecadamos, muita gente poderá ser ajudada;, conta Maria do Socorro Sousa Vale, uma das organizadoras. Com tantas opções, é só colocar a calça remendada, os trajes em xadrez e aproveitar enquanto é tempo de são-joão.