Cidades

Governo realiza hoje reunião pública para discutir a atualização do PDOT

Helena Mader
postado em 18/06/2011 08:00
Os brasilienses interessados no futuro da cidade e que acompanham com interesse o crescimento urbano do Distrito Federal vão se reunir hoje, a partir das 8h30, para participar da primeira audiência pública do processo de atualização do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). O evento, que será realizado no auditório do Museu Nacional da República, deve reunir pelo menos duas mil pessoas. As discussões prometem ser acaloradas, já que representantes de movimentos de luta pela moradia e ambientalistas apresentarão seus pontos de vista divergentes.

O novo governo decidiu alterar o Pdot logo no início desta gestão. O Ministério Público do DF recomendou que o Executivo fizesse mudanças apenas nos artigos considerados inconstitucionais pela Justiça. Mas a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação decidiu fazer uma alteração mais ampla, com inclusão de normas que reduzem a mancha urbana do Distrito Federal.

[SAIBAMAIS]Mas o ponto que deve ser o mais debatido durante a audiência pública de hoje é a exclusão do artigo que previa a criação do Setor Catetinho, entre o Gama e o Park Way. Esse assunto havia sido incluído no Pdot por meio de emenda de deputados distritais mas, diante da pressão de ambientalistas e urbanistas, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano avaliou que os danos poderiam ser maiores que os benefícios e sepultou a criação do bairro.

As cooperativas habitacionais e representantes de movimentos de luta pela moradia reclamaram e pressionaram o governo para que a decisão fosse revista. Esse assunto voltará hoje à pauta. O Setor Catetinho teria capacidade para abrigar 40 mil moradores, mas fica em uma área de captação de água da Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília (Caesb).

O presidente da Organização das Entidades Habitacionais do DF, Antônio Moraes, diz que integrantes do grupo temem que a área vire, um dia, moradia para a classe média. ;Já que não querem criar imóveis de interesse social, então a nossa proposta é que o governo transforme o local definitivamente em um parque ecológico. Não queremos que a retirada do Catetinho do Pdot seja uma manobra para que, mais tarde, a região vire uma área nobre;, explica.

Antônio Moraes conta ainda que a nova briga dos representantes do movimento é pela classificação das novas quadras do Guará ; da QE 38 à QE 56 ; como áreas de interesse social. Dessa forma, elas poderiam ser usadas para abrigar imóveis destinados à população de baixa renda. ;Dos 1,7 mil lotes da região, o governo destinou apenas 440 para os projetos de interesse social. Se tivermos que abrir mão do Catetinho, o GDF terá que nos garantir a destinação das novas quadras do Guará;, explica.

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