Cidades

Investigação de explosão de caixa está atrasada por falta de policiais

Marco Prates
postado em 25/06/2011 08:10
Os responsáveis por explodir um caixa eletrônico na prefeitura do Novo Gama (GO) na madrugada de quinta-feira (23/6) saíram de mãos vazias. As três bandejas do caixa, capazes de comportar até R$ 126 mil, estavam intactas, de acordo com a avaliação de um analista da empresa de seguros que responde pelo equipamento. Mesmo assim, a Polícia Civil de Goiás investigará a autoria da ação, que pode estar ligada a outros três casos ocorridos na região do Gama e do Entorno.

Caixa eletrônico arrombado na prefeitura do Novo Gama armazenava pelo menos R$ 126 milA apuração policial, no entanto, terá início apenas na segunda-feira, cinco dias após a tentativa de furto. É quando retornará ao expediente o delegado titular do Novo Gama e a equipe dele. Em feriados e fins de semana, o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) da cidade só funciona durante o dia e, muitas vezes, os moradores o encontram fechado. As ocorrências são, então, registradas na delegacia de Céu Azul, em Valparaíso (GO). E, mesmo lá, são feitos apenas flagrantes e registros de ocorrência. Nada de investigações.

Além do atraso na apuração do caso, houve problemas na coleta das provas. O procedimento normal é o delegado acionar a perícia e, depois, fazer um levantamento de testemunhas e encontrar evidências no local. Nesse episódio, no entanto, apenas a perícia apareceu. Policiais militares é que levaram duas testemunhas ; o segurança da prefeitura do Novo Gama e um vigilante de um posto de gasolina ; para serem ouvidas na delegacia. O depoimento oficial deles ainda será colhido pelo titular da unidade. ;Teria que ter ido alguém do plantão (da Polícia Civil);, reclamou o comandante da PM do Novo Gama, coronel Marques Nunes de Azevedo.

Ontem, apenas dois escrivães e três agentes de Valparaíso, além do delegado plantonista, cuidavam do registro de mais de 30 ocorrências da região, além de flagrantes, como roubos a lojas e tráfico de drogas, que demandam o deslocamento de efetivo. ;Em todos os casos, o ideal seria a investigação imediata. Mas teria que ter gente para isso. Estamos falando de uma utopia, ainda mais no plantão;, afirmou o presidente do Sindicato dos Delegados do DF, Benito Tiezzi.

Dificuldades
O presidente do Sindicato dos Delegados de Goiás, Wilson Luis Vieira, reclamou que a situação no Entorno é crítica. Ele afirmou que o efetivo reduzido faz com que os delegados tenham de selecionar onde estarão. ;Não dá para mandar um agente em delitos de menor potencial ofensivo. Se manda uma equipe para investigar o arrombamento do caixa eletrônico não sobra ninguém, caso chegue um roubo ou ocorrência mais grave, por exemplo;, ponderou.

O consultor em gestão de segurança pública, George Felipe Dantas, avaliou que a demora no início das apurações interfere no resultado. ;Sabe-se, internacionalmente, que as primeiras 24h após um crime são um período crítico para se ter um desfecho fundamental em termos de esclarecimento ou não de um caso;, explicou o especialista. No Brasil, no entanto, por questão do efetivo reduzido ; problema mais intenso em Goiás do que no DF ; as apurações não começam nem terminam nos plantões. ;Mas sabe-se que, quando não se trata de um caso de grande ressonância, isso acontece;, disse Dantas.

Rotina
No Shopping do Gama, bandidos também não conseguiram levar dinheiroO arrombamento de um caixa eletrônico no Novo Gama é o quarto caso no mês. Em 21 de junho, ladrões explodiram um terminal de saques no Setor Oeste do Gama, mas não levaram nada. No dia 11, criminosos efetuaram outra explosão em frente ao Shopping do Gama, mas também não tiveram sucesso. Só foi bem-sucedido em levar a quantia um grupo que atuou em Valparaíso em 1; de junho ; fugiu com todo o caixa.

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