postado em 01/07/2011 07:35

Marcos Paulo Cayres Rosa, Márcio Von Sperling Ribeiro Coelho e Pedro Augusto Elia Franco, todos com 15 anos, embarcam amanhã para Istambul, na Turquia, onde vão representar o Brasil na RoboCup 2011, o Mundial de Robótica, a ser realizado de 5 a 11 de julho. Os estudantes brasilienses conquistaram uma vaga no campeonato internacional depois de ficar em primeiro lugar na Olimpíada Brasileira de Robótica, no ano passado, e têm a chance de trazer um prêmio inédito para o país.
Marcos, Márcio e Pedro formaram a equipe Órion 7.0 e, assim como a constelação que batiza o trio, querem brilhar na disputa da modalidade Rescue secundário. Nessa categoria, o robô desenvolvido pela equipe percorrerá uma estrutura que simula um prédio destruído e deverá salvar vítimas, representadas por latinhas. Eles passarão por quatro rodadas e terão oito minutos, incluindo o tempo de teste, para desenvolver a prova. Na Olimpíada Brasileira de Robótica, o protótipo dos estudantes de Brasília obteve um bom desempenho. ;O trabalho requer muita precisão para identificar as vítimas e o local por onde o robô vai passar;, explicou Lucilene Lopes Campanholo, coordenadora de informática educacional do Colégio Mackenzie, onde estudam os rapazes.
O trio concorreu na Olimpíada Brasileira, em 2010, na modalidade ensino fundamental, mas como passou para o 1; ano do ensino médio, mudou de categoria. Uma equipe de São Paulo também participa do mundial. Além da Robocup, Marcos, Márcio e Pedro participarão novamente do campeonato nacional deste ano. A equipe ficou em primeiro lugar na etapa Brasília, realizada em 18 de junho. Os estudantes têm aula de robótica toda sexta-feira no colégio, mas nesses dias que antecederam a RoboCup 2011, eles passaram boa parte do tempo livre na escola para aperfeiçoar o protótipo.
Enquanto a hora do embarque não chega, os três alunos do Colégio Mackenzie trabalham nos últimos ajustes do robô. Eles aguardam ansiosos pelo início da competição. ;Não sabemos direito como vai ser porque nunca participamos de um campeonato como esse, só da competição latinoamericana;, contou Marcos Paulo. Além de passar boa parte do dia no laboratório, os jovens fazem pesquisas em casa e aproveitam o fim de semana para melhorar o desempenho do robô. As conquistas do grupo são fruto de muita dedicação. ;Estamos aqui para dar suporte aos meninos, mas a iniciativa é toda deles;, contou Lucilene Campanholo.
Projeto
O Colégio Mackenzie desenvolve o trabalho de robótica com os alunos há sete anos. Um dos projetos é destinado aos estudantes até o 6; ano do ensino fundamental. Eles têm contato com a iniciação científica. A partir dessa série, os alunos passam a ter oficina de robótica. ;Nosso objetivo é capacitá-los para o uso dessa tecnologia;, informou a coordenadora de informática educacional. Nas aulas, os meninos e meninas aprendem noções de engenharia, construção de robôs, lógica e programação. ;A união de todos esses conceitos resulta na construção dos protótipos;, explicou Campanholo. O professor especialista em robótica educacional, Mauro Azevedo Viana Junior, é o responsável por ensinar os alunos.
Pedro Augusto e Marcos Paulo se conheceram nas aulas regulares e começaram a trabalhar juntos no projeto e desenvolver protótipos quando estavam no 7; ano do ensino fundamental. Márcio se juntou a eles na série seguinte. ;Sermos amigos facilita na hora de trocar ideias, podemos fazer isso durante o intervalo das aulas. Também nos encontramos nos fins de semana;, explicou Pedro. Esses conhecimentos adquiridos durante a oficina de robótica também ajudaram os jovens na escolha de qual carreira seguir. Marcos e Márcio querem ser engenheiros aeronáticos. ;É uma preparação para o futuro, gosto dessa área de tecnologia;, disse Márcio.
Revelação de talentos
O campeonato nacional é organizado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com o apoio da Comissão Organizadora da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e da Comissão Organizadora da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI). Tem por objetivo revelar talentos de escolas públicas e privadas do país que desejam seguir na carreira científico-tecnológica.