postado em 03/07/2011 17:38
Representantes de três categorias da saúde - hemofílica, fibrose cística e fenilcetonúria - além de pais de pacientes dessas patologias expressaram suas indignações em uma manifestação pacífica no Eixão Sul, na manhã deste domingo (3/7). Cerca de 50 pessoas caminharam do Banco Central até a altura das quadras 105 e 305 Sul com faixas, cobrando do governador e da Secretaria de Saúde melhorias para o setor.Na opinião do administrador e presidente da Associação de Pais e Amigos dos Portadores de Fenilcetonúria e Acidemia Propiônia do Distrito Federal (Apafap), Wesley Paroneto, essas doenças, por serem raras, não são tratadas com importância. Pais de duas pacientes, ele conta que não há apoio do governo para o tratamento das filhas. "Hoje, são crianças normais. Amanhã, com a falta desse medicamento, elas podem vir a sofrer uma lesão cerebral e essa lesão é permanente, contínua, para o resto da vida."
Essa deficiência é uma doença genética que impede o organismo de processar proteína. O tratamento é feito por meio do leite PKU, fornecido pela Secretaria de Saúde. Em julho do ano passado o alimento não foi fornecido aos pacientes durante três meses, pelo menos. Uma lata do leite custa R$ 630 reais e cada portador da doença tem necessidade de uma quantidade específica. No DF existem 23 pessoas com a enfermidade.
A causa também foi levantada em prol dos portadores de hemofilia. Roberta Lucena é mãe de um menino de 10 anos, que tem o problema desde que nasceu. De acordo com ela, a maior dificuldade enfrentada é com relação ao racionamento da distribuição dos remédios de coagulação, necessários para o tratamento da hemofilia e para evitar sangramentos. Lucena reclama que a Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) tem liberado quantidade insuficiente do concentrado. "A entrega é realizada de forma fracionada, o que obriga as pessoas a irem várias vezes ao local de distribuição. Meu filho não tinha complicações desde que nasceu e agora está tendo", lamenta.
Em fevereiro deste ano, a FHB anunciou que faria a atualização do cadastro de portadores de hemofilia. O recadastramento seria feito para melhor atender os pacientes.
Os manifestantes disseram que irão fazer a caminhada em todos os primeiros domingos de cada mês até o governo tomar alguma providência que seja considerada benéfica aos lutadores da causa. O encontro será sempre no mesmo lugar, na estação do metrô da 102 Sul, sentido aeroporto.
Paralisação
Os servidores da saúde do DF estão em greve há sete dias. A categoria cruzou os braços no dia 27/6, reivindicando aumento de 34% no valor do auxílio-alimentação (de R$ 199 para R$ 304), repasse imediato do percentual de reajuste do Fundo Constitucional do DF, redução da carga horária para 20 horas semanais e incorporação do plano de carreira e de saúde. Apesar da decisão da Justiça de suspender a paralisação, eles continuam parados. Hoje haverá uma nova assembleia, às 10h, onde serão decididos os rumos do movimento. O GDF divulgou uma nota contra a greve e afirmou que só irá negociar com os servidores quanto os atendimentos se normalizarem.