Três adolescentes de Brazlândia forjaram o assassinato de um amigo de 14 anos para encobrir a morte por disparo acidental de arma de fogo. O crime ocorreu em 26 de junho, mas, somente agora, a polícia descobriu a farsa.
Segundo os agentes, o autor dos disparos e mais dois colegas limparam a cena do crime e forjaram um homicídio na rua, onde pingaram sangue da vítima. A ideia era fazer com que os investigadores acreditassem que ele havia sido assassinado em via pública.
Policiais da 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia) acharam suspeita a versão sobre a morte do adolescente de 14 anos. Na época do crime, os três adolescentes de 13, 14 e 17 anos, disseram que estavam conversando na rua com a vítima, quando foram abordados por homens em um carro vermelho.
Segundo os jovens, um dos ocupantes do veículo teria mandado o menino entrar no carro. Já no interior do automóvel, teriam atirado na cabeça da vítima. Em seguida, se desfizeram do corpo. O crime teria ocorrido por volta das 19h, na altura da Quadra 46 do Setor Assentamento de Brazlândia.
Depoimentos distintos
A suspeita da polícia começou porque havia enormes diferenças entre as versões contadas por cada um dos meninos. A ausência de testemunhas também causou espanto, visto que o horário era de grande movimentação nas ruas. Outro aspecto intrigante era o uso de um carro para cometer o crime, quando, normalmente, em casos como esse, são usadas motos para facilitar a fuga e dificultar a identificação dos criminosos.
Durante as investigações, a história verdadeira foi sendo descoberta e os jovens confessaram o disparo acidental. Na verdade, segundo eles, o crime ocorreu na casa de um dos rapazes do grupo, na Quadra 56. A vítima e os colegas estavam manuseando uma arma calibre.38.
Segundo o delegado Fernando Cocito, o adolescente de 17 anos tentou tomar a arma da vítima, que não quis entregá-la. Os rapazes começaram a discutir e, durante a disputa, a arma disparou. Um dos tiros acertou a cabeça do menino de 14 anos.
Os três colegas limparam a cena do crime e espalharam um pouco de sangue na rua, com a intenção de despistar a polícia. Enquanto carregavam o corpo, a mãe da vítima apareceu e os jovens disseram que estavam tentando socorrer o amigo. O menino foi levado pela mãe para o hospital, mas não sobreviveu.
Suspeitos foragidos
Ainda não se sabe quem apertou o gatilho. O delegado que lidera as investigações do caso pediu autorização à Justiça para realizar a perícia na residência onde ocorreu o crime, a fim de encontrar algum vestígio.
Os adolescentes de 13 e 17 anos são irmãos e estão foragidos. O outro adolescente de 17 anos não tem antecedentes criminais. O de 13, responde por dois assaltos e um porte de arma ilegal.
Os nomes são mantidos em sigilo por respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.