Cidades

Festas em áreas comuns na UnB agora só com autorização da instituição

Luiz Calcagno
postado em 09/07/2011 08:00
Na quinta-feira à noite, festa no ICC Norte teve venda de cerveja a R$ 2
Após vários problemas envolvendo festas nas áreas comuns da Universidade de Brasília (UnB), a reitoria proibiu as confraternizações. Os centros acadêmicos que desobedecerem à regra serão punidos com a suspensão do auxílio financeiro de transporte para eventos externos. A medida causa polêmica. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) concorda que as reuniões regadas a bebidas alcoólicas e música alta saíram do controle, mas argumentam que a punição atinge apenas o movimento estudantil.

As restrições estavam previstas em uma resolução da universidade, elaborada em 2003. A reitoria, no entanto, não colocou a regulamentação em prática. Depois de festas como a do centro acadêmico de direito, realizada no último dia 30 com a presença de ambulantes e na qual até um poste foi derrubado, a administração decidiu aplicar a norma (leia Para saber mais). Na quinta-feira à noite, houve festa no Instituto Central de Ciências (ICC), o Minhocão, com venda de bebidas alcoólicas.

Com a proibição, o Teatro de Arena, o estacionamento da Faculdade de Saúde, o subsolo da Faculdade de Estudos Sociais Aplicados e a Concha Acústica do Instituto de Artes estão fechados para confraternizações. Apenas o Centro Comunitário Athos Bulcão, onde geralmente ocorrem as formaturas, está liberado para festas.

Para organizar encontros no Minhocão, estudantes necessitam agora de aprovação das unidades acadêmicas. Ainda assim, o aval só será válido se a prefeitura do câmpus for comunicada com 30 dias de antecedência. ;Os alunos nos pediam autorização para festas pequenas e compareciam 2 mil pessoas. Eles mesmos não conseguiam controlar. Diante da magnitude, tivemos que proibir até a votação, pelo conselho universitário, das normas de convivência, em meados de agosto. Até lá, vale a suspensão;, explicou o decano de Assuntos Comunitários, Eduardo Raupp.

Convivência
Para o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Vitor Guimarães, a proibição virou ;um mal necessário;. O estudante de ciências políticas acredita que a elaboração de regras de convivência universitária resolveria o problema. ;Essas normas estão em discussão há muito tempo. Concordamos que a situação estava fugindo do controle. As festas da universidade servem para integrar os cursos. Senão, viramos uma fábrica de diplomas. Restringi-las é um equívoco;, avalia.

O estudante de ciências sociais André Filipe de Morais, 19 anos, acredita que as confraternizações são fundamentais para a vivência universitária. No entanto, para ele, é preciso bom senso de organizadores e dos participantes. ;Restringir, na minha visão, é uma boa atitude. As festas são importantes, mas, em alguns casos, causam muitos danos;, afirma.

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