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Novos donos da Academia de Tênis têm planos para revitalizar o local

Para alívio dos brasilienses, novos donos da Academia de Tênis descartam derrubar a estrutura. A ideia é aproveitar o potencial em moldes parecidos com a época do glamour

postado em 10/07/2011 08:00
Quando veio a notícia de que o complexo da Academia de Tênis foi vendido, o temor de muitos era que enormes tratores derrubassem a estrutura e a história costurada no local. Tenistas protestaram, donos de restaurantes foram arrebatados por uma súbita insegurança sobre o futuro e cinéfilos desistiram do sonho de ter de volta o querido Cine Academia, fechado desde maio do ano passado por causa do incêndio que assolou uma das salas. Aos apreensivos, uma boa notícia: a ideia dos novos donos é revitalizar, e não derrubar a estrutura. ;Seríamos loucos se fugíssemos do conceito original da Academia;, afirmou Irone Claudino, dono da Attos Empreendimentos Imobiliários, que, com o Grupo HC, comprou a propriedade em novembro de 2010.

As empresas não detalham o que farão com o espaço de 60 mil m;, mas sabe-se que ele terá o mesmo nome, Academia de Tênis José Farani, independentemente da utilização. O criador da academia será lembrado em um memorial a ser construído em sua homenagem. As perguntas que ficaram no ar quando a venda foi divulgada com exclusividade pelo Correio seguem sem respostas precisas. ;Ainda estamos na fase de estudos para avaliar o que vamos fazer. Mas não queremos descaracterizar o glamour de lá. Queremos revitalizar a Academia e deixá-la melhor do que é hoje. As características fundamentais não precisam ser inventadas;, diz Sebastião de Carvalho Melo, presidente do Grupo HC, um conglomerado que atua nos ramos de construção civil, pecuária e distribuição de combustíveis e pneus.

Entretanto, é difícil prever em quais termos essa repaginação será feita. Somente com o fim do estudo arquitetônico é que os proprietários decidirão o que vai e o que fica. Resolver irregularidades é a maior preocupação dos parceiros. A Academia foi alvo de denúncias de invasão de terra e derrubou algumas estruturas, como a vila onde moravam os funcionários, que era ilegal.

Sem alvará

Ainda há avanços proibidos em diversas edificações. A dívida da empresa, algo em torno de R$ 100 milhões, também foi herdada com o negócio. Acusado de sonegação fiscal, José Farani foi preso em 2007. Ele deveria à Receita Federal cerca de R$ 7 milhões. Além disso, há problemas de manutenção e de infraestrutura. ;Se fecharmos todas as torneiras, ainda assim há vazamentos. Pagamos uma conta de água mensal de R$ 33 mil. É o tipo da coisa que precisa ser consertada;, continua Melo. Por deficiências dessa natureza, há mais de 12 anos, o resort não tem o alvará de funcionamento.

Melo e Claudino esclarecem que, apesar de a intenção ser de repaginar o que existe na Academia, o futuro de partes do complexo, como o Cine Academia, dependerá da viabilidade e, claro, da perspectiva de rentabilidade do negócio. Uma das possibilidades aventadas pelos grupos é de fazer do atual Music Hall um grande centro de convenções. ;A atividade de lá continuará essencialmente hoteleira;, adianta Claudino.

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