A maior parte dos jovens infratores do Distrito Federal foi sentenciada por roubo. O dado referente ao início deste ano até março de 2011 foi divulgado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O número abrange 202 jovens internados em três centros do DF pelo ato infracional. O roubo também é o ato infracional mais cometido pelos adolescentes que estão em internação provisória.
Os dados divulgados pelo MPDFT também apontam que 116 adolescentes internados já foram sentenciados pela prática de homicídio neste ano. Destes, 63 estão internados no Centro de Atendimento Juvenil (CAJE), 31 no Centro de Internação de Adolescentes Granja das Oliveiras (Ciago) e 22 no Centro de Internação de Adolescentes de Planaltina (CIAP). Já em relação aos adolescentes em internação provisória, o ato mais cometido é o de tráfico de drogas. São 27 adolescentes nos dois centros.
Para o promotor de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude, Renato Barão, tanto os índices de delitos de homicídio e roubo têm crescido rapidamente no DF. "Aumentou a quantidade de jovens cometendo esses atos. Isso deve-se a falta de políticas públicas e o fato de grande parte desses adolescentes não frequenteram mais as escolas. Ou então, os educadores não sabem como lidar com esse público alvo", explica o promotor.
Outro ponto que o promotor mostra como um dos causadores desse índice é o fato de Brasília não possuir centros de internação voltados para tratamentos de dependência de drogas ou álcool. "No DF não temos nenhum CAPS. Em Goiânia, por exemplo, existem dois. Precisamos pensar que muitos jovens não estão estudando, não têm base familiar e acabam caindo no consumo de drogas, o que leva a cometer os atos, roubando para usar mais drogas e matando por desentendimentos relacionado aos entorpecentes, por exemplo", afirma Renato Barão.
O promotor ainda destaca que a maioria dos pais procura a promotoria, mas não há o que possa ser feito em relação a isso. "Os jovens podem estar utilizando a droga, mas não podem cumprir medidas socioeducativas porque pela quantidade não é classificado como tráfico e nem podem receber tratamento porque não há centro de internação", completa Renato.
Outros dados
Depois dos índices de roubo e homicídio, o ato infracional mais cometido é porte de arma de fogo, são 49 internos sentenciados pelo ato, e depois o latrocínio que foi cometido por 40 dos jovens internados. Já os atos de furto e tráfico de drogas foram cometidos por 29 e 28 adolescentes instalados no Ciago, CAJE e CIAP.
Ao total, até o mês de março, o DF tinha 481 adolescentes internados nos três centro de internação por terem cometido homicídio, latrocínio, roubo, tráfico de drogas, porte de arma de fogo e outras infrações.