postado em 12/07/2011 07:41
A insatisfação dos brasilienses com o 190 fará com que o Governo do Distrito Federal intensifique a fiscalização do serviço prestado por funcionários terceirizados. Há três anos, servidores de uma empresa privada recebem as ligações de pessoas em situações de risco nas ruas. Mas o mau atendimento realizado pela Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade) tem provocado uma série de reclamações por parte da população e policiais militares, como mostrou ontem o Correio.Ainda assim, o GDF descarta mudanças no sistema terceirizado. Qualquer alteração, por exemplo, é encarada como inviável, porque implicaria na retirada de mais de 130 PMs das ruas para atender aos telefonemas. Atualmente, civis recebem as ligações, mas policiais militares e bombeiros inspecionam o atendimento. ;Fazendo uma supervisão bem-feita, é possível dar a resposta que se espera da Ciade. Vamos endurecer a supervisão, com um controle mais efetivo no próprio local. Também vamos verificar o contrato para poder exigir o seu cumprimento;, afirmou o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar.
Os terceirizados se dividem em quatro turnos de seis horas. Após cada ligação, exceto os trotes e os pedidos de endereços, registram o chamado e enviam para a mesa de policiais, bombeiros e agentes do Detran e da Defesa Civil. São os servidores públicos que se comunicam com as equipes que estão nas ruas, por meio do rádio.
Falhas
Para Avelar, a mudança na gestão do 190 poderia comprometer a segurança e o patrulhamento ostensivo realizados hoje no Distrito Federal. ;Não seria conveniente substituir os terceirizados por policiais militares, porque acabaria reduzindo a quantidade dos que estão nas ruas;, justificou. Atualmente, segundo o secretário, existem cerca de 10 mil militares no policiamento ostensivo. Como trabalham por escalas, a cada dia, há 3 mil deles fazendo rondas e atendendo a população.
O questionamento quanto a forma como a Ciade tem sido operada vem à tona diante dos constantes problemas encontrados por quem recorre ao 190. A reportagem publicada ontem mostrou casos em que os chamados nem sequer chegaram a ser registrados no sistema. Um dos primeiros casos que comprovaram a deficiência do sistema ocorreu em janeiro do ano passado. De madrugada, uma mulher vítima de sequestro relâmpago ligou para o 190 de um orelhão da L2 Sul. Após várias tentativas, conseguiu ser atendida e foi orientada apenas a procurar a delegacia mais próxima.
Comentários dos internautas
;Vi um desocupado roubando um carro. Liguei duas vezes para o 190. Na primeira, chamou e ninguém atendeu. Na segunda, a ligação foi parar na central da polícia de Goiás. Com isso, desisti de ligar novamente.;
Rosângela Barros
;Infelizmente, terceirizaram o serviço do 190 e do 193... Quem perde em qualidade e eficiência é a população!!”
Marcus Rodrigues
;Outro dia liguei porque tinha um carro abandonado perto de minha casa. E até hoje estou esperando um carro da PMDF. E, pior, posteriormente, ficamos sabendo que o carro era roubado e abandonado naquele local. Onde já se viu terceirizar?;
Orlando Conceição
;Concordo que o 190 caiu mesmo no descrédito. Já fui vítima, solicitei o serviço e não obtive resposta. Motivo: som automotivo em bar até altas horas.;
Agnaldo Silva
;Realmente não adianta nada ligar. Eles pedem o nome e o endereço, mas nunca chegam onde você está ou nunca acodem quem precisa. Já até desisti.;
Rosemary Martins de Oliveira