Cidades

Lojistas discutem problemas que os atormentam diariamente na W3 Sul

postado em 28/07/2011 10:00
Falta de vagas para os carros, calçadas quebradas e insegurança atormentam empresários da 511 Sul
Falta de iluminação, bueiros sem tampas, calçadas quebradas e estacionamentos insuficientes. Esses e outros problemas atormentam diariamente os comerciantes da W3 Sul, que veem o movimento das lojas diminuir e o resultado financeiro minguar a cada mês. Na tentativa de reverter o cenário, os empreendedores da Quadra 511 apresentam hoje suas reivindicações à Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), em mais uma edição do programa Olá, Empresário. Várias entidades estarão presentes para tentar identificar alternativas às queixas e fortalecer o comércio de rua, que hoje perde espaço para os grandes centros comerciais. Além de representantes do segmento empresarial, devem participar os das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, do Departamento de Trânsito (Detran-DF), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e de bancos.

Segundo a presidente da ACDF, Danielle Moreira, esta é a quarta vez que o Olá, Empresário promove um encontro com os comerciantes. Somente nas asas Sul e Norte, os estabelecimentos somam cerca de 25 mil. ;Nosso objetivo é ouvir os empresários para tirar dúvidas, detectar problemas e oferecer soluções. Se não for possível resolver na hora, vamos repassar as queixas a outros órgãos;, explica Danielle.

Há 51 anos, Simon Pitel, 75 anos, comanda o restaurante Roma na 511 Sul. Nos últimos anos, ele tem visto o movimento cair gradativamente. ;A insegurança e a falta de iluminação no período noturno atrapalham muito. Antes, a W3 (Sul) era o centro de Brasília e vivia movimentada;, lembra o comerciante. Por mês, Simon atende cerca de 4,5 mil pessoas, mas recorda que a rotatividade foi maior no passado.

Para o comerciante Rodrigo Araújo, 30 anos, a falta de estacionamento afasta os clientes. Para piorar, um bueiro sem tampa em frente a sua loja impede que uma vaga seja ocupada. ;Há dois anos, a tampa sumiu. As pessoas jogam lixo e galhos de árvores dentro para evitar um acidente.; As queixas não são apenas dos empresários. O geólogo Jorge Abreu, 59, faz compras nas lojas da W3 Sul e reclama que a situação das calçadas assusta os consumidores. ;O comércio em si é muito bom, mas a estrutura está ruim.;

A queda no movimento, devido à precariedade da estrutura, é a queixa mais recorrente entre os comerciantes. Hely Walter Couto, 85 anos, é dono da Pioneira da Borracha, situada na esquina da quadra, há 50 anos. O empresário acredita que somente uma melhora na avenida vai atrair os compradores. ;A W3 precisa passar por uma revitalização para trazer os clientes de volta;, acredita.

O diretor de Gestão de Informações da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), Júlio Miragaya, afirma que o enfraquecimento das vendas do comércio de rua não está ligado à queda na renda dos moradores do Plano Piloto, mas sim da migração dos compradores para os grandes centros comerciais. ;Os estabelecimentos de rua competem com os vários shoppings. A falta de estrutura na W3 também faz com que os consumidores prefiram outros lugares. Ninguém quer esperar 30 minutos só para achar uma vaga, por exemplo;, diz o economista.

Diagnóstico
A Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) relançou em 2008 o programa Olá, Empresário, criado no início da década passada (2001/2002). A proposta é levar às quadras comerciais representantes de diferentes órgãos de governo, além de técnicos do Sebrae e da Associação Comercial do DF para ouvir as necessidades e sugestões do segmento, com o intuito de oferecer soluções aos problemas que afetam o dia a dia dos estabelecimentos.

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