postado em 05/08/2011 08:11
;Eu só quero que isso tudo acabe e que seja um basta na violência;. Com essa frase, o nutricionista Bruno Marcelino, 26 anos, deixou a 5; Delegacia de Polícia, no Setor Bancário Norte, na tarde de ontem. O jovem depôs sobre o espancamento que sofreu no último domingo, próximo ao Bar do Calaf. O proprietário do estabelecimento prestou esclarecimentos aos investigadores momentos antes da vítima. Por divergências nas declarações, um dos vigilantes será ouvido novamente hoje. De acordo com a Polícia Federal, os cinco seguranças suspeitos de participação nas agressões têm registro profissional regular. Apesar das acusações, dois deles continuam trabalhando no Calaf, segundo a Polícia Civil.Até ontem, 15 pessoas foram ouvidas pelos agentes. Informações contraditórias, no entanto, adiaram a conclusão do inquérito policial. ;Queremos esclarecer todos os fatos da melhor forma. Por isso, achamos importante ouvir um dos seguranças novamente. Se for necessário, iremos reinquirir outras pessoas;, informou o delegado adjunto da 5; DP, Edson Medina. Ele explicou que ainda não está definida a participação de cada segurança no espancamento de Bruno. Também não se sabe quantas pessoas serão indiciadas, mas a polícia não descarta a hipótese de indiciamento por tentativa de homicídio.
Em serviço
Apesar da suspeita de espancamento, os investigadores da 5; DP informaram que apenas três seguranças foram afastados do Bar do Calaf. Os outros estão trabalhando normalmente. A assessoria de imprensa do estabelecimento confirma a versão e afirma que os dois vigilantes que permanecem no trabalho não teriam participado das agressões. Com o afastamento dos três suspeitos, a assessoria diz que o quadro está sendo preenchido com seguranças contratados de uma empresa particular. O depoimento do proprietário do bar, Venceslau Calaf, durou cerca de duas horas. Na saída da delegacia, o empresário lamentou o ocorrido e informou que a violência não é a medida adotada no restaurante espanhol.
Acompanhado de dois advogados e de familiares, Bruno Marcelino conversou com os investigadores também durante duas horas. Após as declarações, o jovem conversou com a imprensa e disse que espera voltar à rotina. Desde o dia do espancamento, ele estava em repouso em casa. ;Não tenho dúvidas de que vamos esquecer tudo. Sempre fui muito ativo e estou sentindo falta disso;, contou. ;Eu não esperava que o ato de pular uma cerca sem maldade ia gerar uma atitude tão covarde deles (dos agressores);, lamentou. Um dos advogados da vítima afirmou que os agressores se excederam na violência. ;Podiam ter causado a morte do Bruno;, disse Rodrigo Mudrovitsch.
Segundo o delegado da Polícia Federal Flávio Maltez Coca, os cinco vigilantes suspeitos de terem espancado o nutricionista têm registro profissional. ;São quatro homens e uma mulher e eles estão com o registro regular, que precisa ser renovado a cada dois anos. Pelo que apuramos, dois eram funcionários do Calaf e três estavam trabalhando com freelancers;, contou Coca. Os vigilantes ainda serão ouvidos pela PF, onde respondem administrativamente.