postado em 05/08/2011 10:00
Alimentos mais baratos nas prateleiras. A pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada ontem, mostra que o preço médio da cesta básica no Distrito Federal ficou um pouco mais em conta. Houve, em junho, uma redução de 1,7%. O percentual representa uma economia de R$ 4,21 no total, que caiu para R$ 241. Apesar da redução não parecer significativa, produtos como o tomate, o óleo e a carne, que vinham sustentando os maiores aumentos nos últimos meses, finalmente mostram que há uma mudança na trajetória. As quedas foram de 10,6%, 10,4% e 0,4%, respectivamente.
Valmir Gongora, economista da instituição, explica que os preços desses itens estavam muito elevados e, por isso, não puderam se sustentar por muito tempo. %u201CTambém entra na lista de fatores para a redução a melhoria do clima. No período mais recente, houve ocorrência de geada nas plantações, comprometendo a produção. Com isso a oferta caiu e o preço subiu. Passada essa fase, tudo voltou ao normal.%u201D
Entre os itens que não tiveram redução nos preços estão a farinha, alta de 2,26%; o café, com aumento de 1,57%; a banana, que subiu 0,93%; e o feijão, com uma diferença de 0,3%. Mas, na opinião de Mary Lourdes Souza de Araújo, 46 anos, servidora pública, os preços continuam iguais desde o início do ano. %u201CSe caiu alguma coisa, nem deu para perceber. Na verdade, o que eu vejo é que o preço sempre aumenta. Na minha casa, a média de gastos é alta, são R$ 550 para quatro pessoas em um mês%u201D, conta.
O consumo padrão das famílias, segundo levantamento do Dieese, é um pouco maior do que o de Mary Lourdes: R$ 725 para o mesmo padrão familiar. O valor corresponde a 1,3 salários mínimos. Para o comerciário Edeomar Lopes Sarem, 50 anos, as únicas vezes em que ele percebe mudança nos preços é quando o mercado faz uma promoção específica. %u201CÉ quando eu aproveito para comprar mais também, porque fazer pesquisa de preço não compensa. A gente perde tempo e gasolina indo de um lugar para outro%u201D, reclama.
Ao considerar uma pessoa que ganhe um salário mínimo, a alimentação, com base nos preços da cesta básica, corresponde a 48,2% dos rendimentos no DF. Na comparação com os demais estados do país, Brasília fica na sétima posição dos preços mais altos. Em primeiro lugar está São Paulo, onde o valor chega a R$ 263. O menor valor foi verificado em Aracaju, onde a cesta custa R$ 184. Em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese houve retração do montante total que custeia os itens