Luiz Calcagno
postado em 08/08/2011 20:03
Não é fácil estimar o preço de monumentos como a Catedral Metropolitana de Brasília, um dos mais visitados na cidade. Com colunas curvas e vitrais coloridos, a obra de Oscar Niemeyer fica em torno de R$ 75 milhões por ano. Com um estudo inédito no Brasil, o mestrando em contabilidade da Universidade de Brasília(UnB) Matheus de Mendonça explica que só dá para chegar ao número de forma indireta. "Utilizamos o método do custo de viagem. O turista gasta, em média, R$ 1 mil para vir a Brasília e visitar a Catedral, mas teria gasto até R$ 1,4 mil. Isso gera uma sensação de ganho. Com base nisso e no número de visitantes para cada 100 mil habitantes, chegamos à quantia", explicou.
A pesquisa utilizada por Matheus é de 2010, do Centro de Excelência em Turismo (CET) da UnB. Segundo o estudo, 15% dos visitantes de outros estados vão ao templo. Desses, 60% têm entre 31 e 65 anos e 40% têm ensino superior completo. De acordo com o mestrando, houve adaptações para chegar ao resultado esperado. "O custo de viagem de cada indivíduo e a taxa de visitação relativao ao local foram as mudanças. Quanto menor o custo da viagem, mais visitado o atrativo vai ser", contou.
O objetivo de Matheus é deixar os dados mais precisos e estendê-los a outros monumentos de Brasília. Com isso, fica mais fácil para o governo determinar as épocas de reformas e de campanhas publicitárias para a visitação. "O valor do prédio em si é subjetivo. A intenção é ver qual período agrega mais valor e qual o efeito disso no valor do bem. Se formos investir em feforma e em marketing, vamos destinar a quem? Por isso a informação é importante para o turismo", revelou.
Para o diretor do Centro de Excelência em Turismo da UnB, o professor Neio Campos, ainda há muito trabalho a fazer."Muitas vezes temos o conhecimento de que o atrativo é bem visitado, mas não sabemos o que representa para a cidade. Se um atratativo atrai turistas, o que isso representa em termos economicos? Uma viagem para conhecer um monumento envolve vários setores econômicos. Isso é o início de uma sistematização", disse Neio.