Cidades

CEB levará pelo menos um ano para reduzir ocorrências de falta de energia

postado em 13/08/2011 08:00
Os moradores do Distrito Federal devem se preparar: até meados de 2012, a população enfrentará situações de falta de energia. Os episódios recentes de interrupção do fornecimento são reflexo da sobrecarga que as 33 subestações de responsabilidade da Companhia Energética de Brasília (CEB) têm suportado. Em uma situação ideal, uma unidade deveria trabalhar utilizando dois terços da capacidade máxima ; o equivalente a 65%. Mas, de acordo com o diretor de engenharia da estatal, Mauro Martinelli Pereira, algumas operam em nível crítico, com 110% da capacidade. Para desafogar as estações, a CEB prevê investimentos na ampliação da rede de distribuição (veja quadro ao lado). ;Vamos investir R$ 543 milhões até 2013, antes mesmo da Copa do Mundo. Somente este ano serão R$ 97 milhões. Esses investimentos serão de médio a longo prazo;, afirma.

Até que as promessas de melhorias tenham resultado, a população terá que conviver com a fragilidade do serviço. Ontem, foi a vez de partes do Sudoeste e do Setor de Indústrias Gráficas (SIG) ficarem no escuro. A vizinhança foi pega de surpresa ainda no começo da manhã. Muitos locais ficaram sem luz por mais de duas horas. À noite, voltou a faltar enegia no Sudoeste.

Por volta das 8h40, as quadras SQSW 100 e 300, CCSW 1 a 4 e SIG 1, 3 e 8 acabaram prejudicadas pelas falhas do sistema elétrico. De acordo com a CEB, a falta de energia foi ocasionada por um problema no isolador de disco vazado em um cabo de alta tensão, que fez a rede desligar automaticamente. ;Ressalto que, atualmente, a unidade do Sudoeste não trabalha acima da capacidade. Mas estamos melhorando a manutenção do sistema e trocando cabos velhos. Compramos até uma subestação móvel, que será usada em situações como a que aconteceu hoje (ontem). O equipamento só chegará a Brasília no mês que vem;, justificou o diretor.

Em alguns pontos do Sudoeste e do SIG, a energia retornou às 10h, mas, em outros, somente às 11h. A SQSW 100, por exemplo, é uma das regiões que ficaram mais tempo sem o fornecimento. De acordo com a síndica do bloco D, a dona de casa Joana Freitas Cerqueira, 37 anos, neste ano, por várias vezes, a quadra foi afetada com a interrupção de energia. ;Não sei quantas vezes passamos por isso, mas foram muitas. Têm sido frequentes esses problemas. Hoje (ontem), liguei para a CEB e eles disseram que terá uma série de apagões até o ano que vem. Tudo isso por conta de reparos, segundo a empresa;, contou ela.

Todo o prédio onde Joana mora ficou sem energia ; no edifício, não há geradores. Ela e os outros moradores precisaram subir as escadas até os apartamentos. Para piorar, a dona de casa está com uma das pernas imobilizadas. ;A sorte é que eu moro no primeiro andar.; Além de os elevadores pararem, o sistema de segurança do bloco também ficou inativo. As câmeras de segurança deixaram de gravar e os portões que dão acesso aos saguões permaneceram abertos durante duas horas.

Atrasos
O apagão atrasou o preparo do almoço de um restaurante na Quadra 3 do Setor de Indústrias Gráficas. Gerente do estabelecimento, Heitor Queiroz de Vasconcelos, 28 anos, atrasou em meia hora a abertura do estabelecimento. A comida foi preparada às escuras graças às lâmpadas de emergência. As bebidas acabaram servidas sem estarem geladas e os sorvetes derreteram nos freezers. ;Ouvi muita reclamação da clientela. Mas eu fiquei menos preocupado porque o problema não aconteceu na hora do almoço.;

Uma gráfica na Quadra 8 do SIG ficou com os trabalhos paralisados durante cerca de duas horas. ;Sem energia, todas as máquinas travam e, sem esses equipamentos, não temos trabalho. E, para piorar a situação, não temos geradores que façam esses objetos funcionarem;, afirmou um dos funcionários do local, Carlos Fernando Silva, 60 anos.

Por volta das 19h, dois transformadores queimaram, deixando sem energia as quadras 104 e 105 do Sudoeste. Às 20h30, o fornecimento já havia sido restabelecido na 104. A outra quadra permanecia às escuras até as 21h.

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