postado em 14/08/2011 08:00
Optar por um curso que está distante das demandas mais urgentes do setor privado não é sinônimo de fracasso. Voltar-se para um campo do conhecimento em que seja possível explorar as próprias aptidões e atentar para a qualidade do ensino são fatores essenciais para a conquista de uma boa colocação profissional, mesmo se a profissão não estiver entre as mais badaladas. A excelência da formação é apontada como fator crucial pelo coordenador do Instituto de Relações Internacionais da UnB, Eiiti Sato. Ele chama a atenção para a enorme gama de carreiras que não preparam o aluno para exercer uma função específica, entre elas o próprio curso em que atua.[SAIBAMAIS];Na prática, não existe a profissão do especialista em relações internacionais, assim como não existe a de sociólogo. São experts que entendem de determinados assuntos. Podem virar empresários, consultores. Se tiverem feito um curso de qualidade, vão seguir uma boa trajetória sem se afastar daquele campo de estudo;, opina.
Algumas vezes, a abrangência de cursos como o de relações internacionais leva o recém-formado a exercer atividades estranhas aos conhecimentos que adquiriu na universidade. É o caso de Siomara Damasceno de Oliveira, 28 anos, que se graduou na área e, hoje, está à frente de uma loja de materiais de construção (leia Personagem da notícia).
Nas carreiras em que funções e atividades estão bem demarcadas ; como medicina, psicologia e direito ;, a afinidade e o engajamento também fazem a diferença em mercados que recebem mais e mais formandos a cada ano (veja Quadro). Érica Rodrigues Lira, 24 anos, concluiu o curso de direito no fim do ano passado. Graças ao seu empenho nos estágios, fez contatos profissionais e foi contratada por um escritório logo após graduar-se. Seu salário não é estrelado como o de um engenheiro, mas a jovem tem certeza de que avançará na carreira. ;Pela quantidade de estudo, o ganho inicial é baixo. Mas é gratificante. Quero ganhar mais experiência e chegar a ser promotora.; (MB)