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GDF consegue junto ao BNDES R$ 800 milhões para quitar a dívida da CEB

Com isso, os R$ 100 milhões gastos por ano com juros e encargos poderão ser destinados a investimentos na rede de distribuição. Objetivo é evitar blecautes, como o ocorrido ontem na Asa Sul

Enviada Especial
postado em 15/08/2011 08:00
Hong Kong (China) ; A Companhia Energética de Brasília (CEB) vai receber um aporte financeiro de R$ 800 milhões. O dinheiro será liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos próximos dias. A operação foi autorizada pelo governo federal e confirmada ontem pelo governador Agnelo Queiroz no aeroporto de Hong Kong, pouco antes de seu embarque de volta ao Brasil, aonde chega hoje.

Bombeiros foram chamados no Hospital de Base porque o gerador soltou fumaça ao ser acionadoNo início da última semana, o BNDES deu sinal verde para o financiamento, cuja liberação ocorreu após uma intensa negociação, que passou pelo aval da presidente da República, Dilma Rousseff. A bolada, que quitará os débitos da CEB de uma só vez, ajudará no processo de recuperação da companhia, que passou por uma longa crise, causando prejuízos financeiros e prejudicando o serviço oferecido ao público.

Com a quitação da dívida, os dividendos obtidos pela estatal deixam de ser empenhados para rolar juros e encargos sociais e começam a ser investidos na reestruturação da empresa. Por ano, a CEB desembolsa R$ 100 milhões para pagar juros e encargos. ;O empréstimo vai liberar uma quantia volumosa de recursos que estavam sendo usados para rolar a dívida. Com esse dinheiro liberado, a CEB vai ter fôlego para se reestruturar de uma vez por todas;, afirmou
Agnelo Queiroz.

Terreno
O empréstimo junto ao banco de fomento deve ser feito pelo GDF, que em contrapartida receberá da CEB um terreno de 284 mil m; ; espaço equivalente a quatro superquadras do Plano Piloto ; ao lado do Setor Noroeste, bairro em formação que tem um dos metros quadrados mais caros de Brasília. De acordo com o mercado imobiliário, a área da CEB valeria pelo menos R$ 500 milhões. A triangulação GDF, BNDES e CEB deve incluir o repasse de outros terrenos da companhia ao Executivo local, que ficaria responsável pelo pagamento financiamento junto à instituição federal. Com um faturamento anual de R$ 2 bilhões e livre da dívida, a estatal de energia pretende investir na rede de distribuição e pôr um fim à rotina de apagões, como o que atingiu ontem parte da Asa Sul.

A falta de energia afetou a região central da capital federal logo pela manhã e deixou algumas residências e estabelecimentos comerciais sem luz durante uma hora e meia. A queda repentina atingiu quadras da Asa Sul, os setores Comercial, de Rádio e TV e Hoteleiro e irritou muitos comerciantes que se preparavam para trabalhar no Dia dos Pais.

A dona de uma confeitaria na 203 Sul, Daniela Loyola, 43 anos, esperava um movimento grande de clientes, mas a expectativa foi frustrada. ;Muitas pessoas foram embora porque não tínhamos como fazer café e capuccino, por exemplo. Nosso caixa também parou de funcionar e não fizemos o controle de mercadoria;, reclamou. Com a falta de luz, Daniela ficou com medo de perder mercadorias. ;Trabalhamos com alimentos perecíveis, frutas, cremes, que precisam de refrigeração. Lacramos tudo e tentamos não abrir a geladeira para evitar as perdas;, afirmou.

Hospital
Nem o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) ficou imune ao apagão. Com a falta de energia, o gerador foi acionado, mas não funcionou. Uma fumaça começou a sair do bueiro onde estava o aparelho e preocupou os funcionários. Eles acharam que poderia ser um princípio de incêndio e chamaram o Corpo de Bombeiros. O sargento André Soares explicou que o gerador era movido a óleo e, como não funcionava há muito tempo, soltou a fumaça. A autônoma Ana Lúcia Pereira, 28 anos, moradora de Planaltina, acompanhava uma prima que precisou esperar a volta da energia para fazer um exame. ;A funcionária disse que a gente tinha que esperar um pouco. Levamos pelo menos 15 minutos na fila para fazer a ficha no computador;, disse.

A CEB informou, por meio da assessoria de imprensa, que o apagão foi causado por um defeito no serviço auxiliar da subestação de Furnas, o que provocou o desligamento de um dos transformadores. A luz acabou por volta das 9h e só voltou uma hora e meia depois. Além da área central de Brasília, parte do Guará ficou sem energia por, pelo menos, 20 minutos.

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