Cidades

Polícia prende mulher de policial do Bope suspeita de matar o marido

postado em 16/08/2011 12:10
Policial do Bope assassinado em julho do ano passado. Mulher é suspeitaA polícia prendeu na manhã desta terça-feira (16/8) Patrícia Abreu Urcino, 38 anos, e Jeová Rodrigues dos Santos, 28 anos, suspeitos da morte de Luís Ramos Urcino, policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. Ele foi assassinado no dia 10 de julho do ano passado, com dois tiros na cabeça e um no tórax, enquanto conversava com duas vizinhas, em frente à residência dele, na QNO 9, em Ceilândia.

Após investigação e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a polícia chegou até Patrícia, mulher da vítima e o namorado dela, que já tinha passagem por roubo qualificado. Na época do fato, Patrícia e Luiz estavam se separando. O crime aconteceu dois dias antes do casal assinar os papeis da separação.

A morte do policial do Bope começou a ser tramada um mês antes. Patrícia teria entrado em contato com um adolescente por meio do site de relacionamentos, Orkut, com a seguinte frase: ;preciso falar com você; e deixou o telefone para que o rapaz a procurasse. O menor, responsável por quatro homicídios e conhecido como homicida, entrou em contato com a mulher e eles acertaram a morte da vítima por R$ 60 mil.

No dia 7 de julho, numa quarta-feira por volta das 12h, a mulher do policial teria procurado o menor para combinar o local de entrega da primeira parte do dinheiro, R$ 25 mil. A quantia foi deixada dentro de uma mochila em um restaurante em Ceilândia Centro. Ele pegou o dinheiro e começou a se preparar para a execução.

Na quinta e na sexta-feira, o adolescente teria recebido ligações de Patrícia informando que o marido estava em casa. Porém, nos dois dias o menor não conseguiu encontrar Luis Ramos Urcino. No sábado, dia 10, o jovem pegou um carro e acompanhado de Elismária Correio Pinheiro, de 22 anos, perseguiu a vítima, que estava num Fiat Siena, na QNO 9, em frente ao conjunto B, conversando com duas vizinhas. O menor se aproximou, de mãos dadas com Elismária, perguntou sobre um endereço e disparou três vezes contra a vítima.

Os dois fugiram em um Uno Mille prata, dirigido por um outro menor. Um quarto rapaz acompanhou a fuga. Eles passaram a noite uma casa na QNP 26, em Ceilândia e no dia seguinte viajaram para Itumbiara, num outro carro, um Kadett. Pela participação do crime, Elismária recebeu R$ 1000. Ela está foragida.

O menor foi apreendido em Águas Lindas no último dia 31 de julho. Em depoimento, ele confirmou que foi contratado para matar o policial. Ele disse que nunca se encontrou com Patrícia, mas teria ouvido, nas conversas telefônicas, a mulher ser chamada pelo nome.

De acordo com informações do delegado Hailton Cunha, da 24; Delegacia de Polícia de Ceilândia, o crime teria sido motivado por dinheiro. Segundo ele, como Patrícia e Luis estavam se separando, a Justiça determinou que a vítima pagasse algumas parcelas de R$ 4 mil reais para a mulher como uma indenização pela separação. Depois disso, ela não receberia mais nada, apenas a pensão para os três filhos do casal, um de 18, outro de 14 e um de 12 anos. Com a morte do marido, Patrícia automaticamente herdou uma pensão de R$ 7 mil, além da casa do casal.

Os presos serão encaminhados ainda hoje para a Papuda (Jeová Rodrigues do Santos) e para a Colméia (Patrícia Abreu Urcino). Se condenados, ele podem pegar de 12 a 30 anos de prisão, por homicídio qualificado.

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