Cidades

Júri condena servidor que matou a tiros dois moradores de rua em 2009

postado em 17/08/2011 08:00
Seis anos e oito meses de reclusão, regime semiaberto. Esse é o tempo que o servidor do Banco Central José Cândido do Amaral Filho, 50 anos, condenado pelo assassinato de dois moradores de rua, três anos atrás, passará obrigado a dormir na cadeia. José foi sentenciado pelo crime de homicídio privilegiado qualificado, quando o autor comete o delito impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou é tomado por um sentimento de violenta emoção no momento de executar a ação.

Embora os jurados não tenham reconhecido a qualificadora de motivo fútil, eles consideraram a de meio que dificultou a defesa das vítimas. Paulo Francisco de Oliveira Filho, 35 anos, e Raulhei Fernandes Mangabeiro, 26, estavam dormindo no coreto da Praça do Índio, na 703/704 Sul, na manhã de 19 de janeiro, no momento em foram atingidos por tiros disparados pelo servidor do Banco Central. Colecionador de armas, José Cândido disse que resolveu matar os dois homens após supostamente vê-los praticando atos libidinosos na rua e por terem furtado uma tocha. ;O sangue subiu à cabeça. Queria limpar eles de lá;, confessou na época.

O transtorno de personalidade, atestado nos exames do Instituto de Medicina Legal (IML) de Brasília, foi fundamental para a diminuição da pena de José Cândido Amaral Filho, o que caracterizou a inimputabilidade do acusado. José Cândido não poderá recorrer da sentença em liberdade. O julgamento do réu teve início as 10h30, no Tribunal do Júri de Brasília, e terminou por volta das 20h.

O acusado morava próximo ao local onde executou o crime, na Quadra 704 Sul. Ele foi preso em 28 de abril de 2009, por volta das 16h, quando foi conduzido à 1; Delegacia de Polícia, na Asa Sul. Na ocasião, ele confessou os assassinatos e contou pormenores da ação.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), José está detido no Centro de Internamento e Reeducação no complexo da Papuda. A audiência tinha sido marcada inicialmente para 11 de abril deste ano, mas acabou adiada.

O crime cometido por José Cândido ocorreu no mesmo local onde, há 15 anos, jovens de classe média alta atearam fogo no pataxó Galdino porque pensavam se tratar de um mendigo.

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