Cidades

Operação integrará quatro secretarias no combate à venda e ao uso do crack

postado em 24/08/2011 07:41
O governo agendou para 31 de agosto o início do que chama de ;uma guerra; contra o crack. Em uma semana, será lançada uma operação envolvendo quatro secretarias do Governo do Distrito Federal, além de setores da União. A ação, segundo anuncia o próprio governador Agnelo Queiroz, unirá a repressão contra o tráfico e o tratamento de dependentes da droga que está se tornando uma marca vergonhosa na capital do país.

Ponto central de Brasília, a Rodoviária do Plano Piloto se tornou abrigo de consumidores do entorpecente. É nessa região que o governo promete uma reação ostensiva a partir de da próxima quarta-feira. A princípio, a Operação Distrital de Combate ao Crack e Outras Drogas começaria esta semana. Mas Agnelo resolveu adiar o início da ação para aguardar a conclusão da infraestrutura que vai dar suporte à ação oficial. Até lá, o GDF se compromete a finalizar a obra do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) que funcionará no prédio do antigo Touring Club, próximo ao terminal. ;Vamos aproximar o tratamento do usuário, por isso, a nossa prioridade em terminar a construção do Caps da rodoviária. Não dá para esperar que os dependentes procurem ajuda. O caminho será ir ao encontro dessas pessoas;, afirmou Agnelo.

Segundo o governador, a unidade terá um diferencial em relação aos centros de atenção convencionais, capacitados para atuar em várias frentes de vulnerabilidade social. A unidade ao lado do Touring será classificada na modalidade AD, ou seja, específica para tratar problemas vinculados ao abuso de álcool e consumo de drogas. Além desse Caps, o GDF, em parceria com o governo federal, vai levantar outros 46 centros no Distrito Federal, sendo 12 deles para tratar dependentes de álcool e entorpecentes.

Comitê gestor
A operação de combate ao crack será uma ação integrada entre as secretarias de Segurança Pública, Justiça, Assistência Social e Saúde. Além disso, haverá o apoio do Executivo federal. Na semana passada, houve uma reunião do comitê gestor criado para afinar os detalhes da ação. Foi nessa reunião que Agnelo decidiu adiar por uma semana o início do programa. ;A nossa intenção é estar com todas as frentes engatilhadas para fazer uma operação de fato e não só na teoria.

Estamos nos preparando para uma guerra. Haverá repressão ao crime organizado, tratamento dos doentes e um forte trabalho de prevenção. A nossa intenção é fazer uma ação que sirva de referência para o governo federal atuar em outros estados;, disse o governador.

Embora a Saúde não tenha leitos suficientes para atender a demanda na cidade, Agnelo afirma que será feito um esforço com o objetivo de reservar leitos nos hospitais para a internação de dependentes do crack.

A operação de combate ao consumo da droga terá basicamente dois tipos de abordagem. Uma delas será policial, com objetivo de prender traficantes.

A outra é a social, focada no tratamento dos dependentes. Nesse caso, a secretária de Desenvolvimento Social, Arlete Sampaio, afirma que o contato com os usuários não será à força. ;Não temos a política de internação compulsória.

Estamos nos preparando para fazer um trabalho de convencimento, até porque a Sociedade de Saúde Mental desaconselha o método, uma vez que esse método não tem demonstrado eficiência;, informou. O trabalho da abordagem e encaminhamento para a rede de atendimento será feita por uma equipe integrada por servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social e da pasta da Saúde.

Amparo aos usuários
O Caps é um centro de serviço comunitário que tem a missão de abrigar com estrutura física e amparar psicologicamente pessoas com transtornos severos e persistentes. Além de cuidar diretamente do paciente, o centro deve estar preparado para dar apoio aos familiares das pessoas em tratamento. Um dos objetivo dessas unidades é fazer um trabalho de reinserção social. Também é feito o trabalho de triagem para encaminhamento dos casos mais graves, como aqueles em que os pacientes necessitam internação em hospitais.

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