Cidades

Histórias de violência doméstica contra a mulher se repetem

postado em 29/08/2011 08:00
Rita*, 48 anos, ficou casada 25 anos. Construiu casa com o marido no Jardim Ingá, em Luziânia, e teve quatro filhos. Um dia, segundo ela, sem mais nem menos, o marido resolveu sair de casa. Deixou a pensão e a saudade. Para esquecer o parceiro de tantos anos, começou a sair com as amigas para festas no bairro. No ano passado, conheceu um homem seis anos mais novo. O papo interessante e a carência impulsionaram o começo do namoro. Tudo estava às mil maravilhas até que um dia viu o novo namorado cheirando cocaína em uma festa. Fugiu, não sabia o que fazer. ;Nunca tinha visto ninguém usando drogas na minha frente.; Continuou o namoro. Terminou. Reatou o relacionamento.

O companheiro carinhoso transformou-se em um homem violento e possessivo. Um dia, ela estava com uma colega comendo sanduíche e, de repente, o namorado chegou enfurecido, puxou seus cabelos e a arrastou pela rua. Terminou o namoro de vez. Por um ano, ele a ameaçou por mensagens e telefonemas. Dizia que ia matá-la se ela não ficasse com ele. Rita passou a não atender mais as ligações. Então, ele começou a telefonar de números desconhecidos. Ela não mais atendia chamadas não identificadas. Um dia, uma menina de 14 anos ligou para ela. Era a filha do primeiro casamento dele, que contou que o pai era violento, batia nela e na mãe e avisou que as duas estavam disponíveis para ajudá-la.

Rita só não sabia a que ponto a violência chegaria. O ex-namorado apareceu no apartamento de Valparaíso onde ela vive atualmente com os filhos. Sem encontrá-la, agrediu a filha dela de 18 anos, grávida de seis meses. Foi além. Em sete dias, colocou fogo na porta da ex-namorada por duas vezes. Ela foi socorrida por vizinhos. Em ambos os casos, a mulher ficou presa dentro de casa, com os filhos. ;Acordamos com a fumaça tomando os quartos. O fogo chegou à sala e à cozinha;.

Rita foi à delegacia, registrou duas ocorrências e descobriu o histórico violento contra mulheres. Neste sábado, o ex-companheiro ateou fogo à casa de Rita pela segunda vez. Ela recebeu a visita da ex-mulher do agressor, Mariana*, 39, casada com ele por 17 anos ; 12 deles apanhando. Depois do divórcio, ele ainda invadiu a casa da ex-mulher, a espancou e tentou violentá-la na frente da filha.

Por enquanto, as medidas protetivas não foram determinadas e Rita convive com o medo. ;Será que vão esperar ele me matar? Nem dormir, durmo mais.;

*Nome fictício

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