postado em 29/08/2011 07:25
O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO) confirmou para hoje o início da greve da categoria nas cidades do Entorno. A partir das 8h, apenas crimes hediondos e flagrantes serão registrados nas delegacias. Segundo o representante da classe Silveira Alves, 390 agentes participam da paralisação, que foi decidida em assembleia. As principais reivindicações dos trabalhadores são a reposição salarial de 42% e a realização de concurso público.De acordo com o presidente do Sinpol-GO, mesmo após várias reuniões com o governador goiano, Marconi Perillo, e as secretarias da Fazenda, do Planejamento e da Segurança Pública, não houve avanço nas negociações. ;Sabemos que o estado tem condições de nos atender, ao menos em parte. Falta vontade política;, acusa Alves. Goiás ofereceu aumento de 1,68%, mas o grupo dificilmente acatará a proposta. ;É inaceitável. Enquanto isso, a inflação do período foi de 6,47%;, reclama o sindicalista. O Sinpol-GO sustenta a necessidade de corrigir os salários em 42%, uma vez que os vencimentos dos policiais estão congelados há sete anos.
A categoria requer ainda sistema de promoção automática de acordo com o tempo de carreira e não com outros critérios, como a disponibilidade de vagas. A pauta sindical inclui também a exigência de aumento de R$ 624 na gratificação por localidade. Hoje, o valor liberado é de R$ 276. ;Estamos em péssimas condições de trabalho. Não há pessoal suficiente. Queremos um planejamento de concursos para ocupar as 3 mil vagas não preenchidas na Polícia Civil;, alega Alves. Na quarta-feira, outra assembleia vai decidir se o estado inteiro acompanha o movimento dos agentes do Entorno.
Reprovação
O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Edemundo Dias de Oliveira Filho, reprova a decisão dos afiliados ao Sinpol-GO e acredita que ela vai contra a linha adotada por outras representações policiais do estado. ;Não vejo como posições sectárias vão contribuir para melhorar a Polícia Civil;, disse. Edemundo reconheceu as deficiências da força policial no Entorno, mas disse que nunca foi procurado pelo Sinpol-GO para discutir melhorias. ;Estou com as portas abertas;, avisa.
Para a população dessas cidades, a redução de policiais à disposição aumenta ainda mais a sensação de insegurança. ;Aqui, é muito perigoso. Há vários assassinatos. Se com a polícia é assim, imagine sem;, reclama o frentista Fabrício Gomes, 23 anos, morador do Novo Gama.