Luiz Calcagno
postado em 30/08/2011 07:56
Vestibulandos do Distrito Federal que têm a Universidade de Brasília (UnB) como meta ganharam cinco cursos e 204 vagas. O Conselho Universitário da instituição aprovou as graduações em engenharia aeroespacial; engenharia química; teoria crítica e história da arte; além de bacharelados em educação física e fonoaudiologia (veja quadro). Segundo a decana de ensino e graduação da UnB, Márcia Abrahão Moura, com a nova oferta, a universidade dobra o número de vagas de ingresso em relação ao primeiro semestre de 2008. ;Ficamos quites com o Plano de Restruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do Ministério da Educação (MEC), e abrimos cursos que, certamente, trarão retorno à sociedade;, garantiu.As primeiras turmas dos cursos de engenharia aeroespacial, engenharia química, teoria crítica e história da arte e bacharelado em educação física começam no primeiro semestre de 2012. Fonoaudiologia só estará disponível a partir do segundo semestre do próximo ano. A decana de ensino e graduação explicou que os cursos aumentam a oferta de vagas nos câmpus de Ceilândia e Gama, e também no período noturno do câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. ;Com a escolha, fortalecemos as novas unidades. Nos comprometemos com o MEC a criar vagas e, em contrapartida, recebemos professores, técnicos;, contou.
Segundo o coordenador da graduação de engenharia aeroespacial, Manoel Barcelos, os novos cursos têm alta demanda no DF, são inéditos em Brasília e, em alguns casos, têm pouca oferta na região Centro-Oeste. Na visão dele, poderão atrair investimentos internacionais para a capital federal e para o Brasil. ;Isso em várias áreas. O curso que coordeno formará gente para trabalhar na Petrobras, na Vale do Rio Doce e até mesmo em multinacionais. Tanto o estudante poderá atuar em outras regiões do país como empresas poderão abrir as portas aqui, pois haverá mão de obra qualificada para isso;, explicou Barcelos.
Ainda de acordo com o professor, os alunos de engenharia aeroespacial, no câmpus do Gama, vão trabalhar com tecnologia de última geração. ;Há microeletrônica, satélites, aeronaves. Isso agrega ao DF indústrias que trabalham com isso. Entramos no cenário nacional com profissionais preparados para aviação e foguetes;, afirmou. Diretora da unidade de Ceilândia e responsável pelo curso de fonoaudiologia, Diana Lúcia Pinho concorda com Barcelos no que diz respeito à ampliação de cursos na Universidade de Brasília. ;A expansão aumenta as possibilidades de acesso ao ensino superior e de inserção desses jovens no mercado de trabalho;, lembrou.
Mercado carente
O bacharelado em fonoaudiologia, que será sediado em Ceilândia, é o único oferecido por uma instituição pública de ensino no DF e no Entorno. O mais próximo fica em Goiânia, a 206 quilômetros da capital federal. Os profissionais da área poderão trabalhar em escolas, com estudantes com ificuldade na voz e de articulação das palavras, em hospitais e com profissionais da comunicação, nas áreas de rádio e TV, principalmente. ;É o primeiro curso de fono da UnB. Quando falamos desse campo de atuação, falamos de um setor carente no mercado em toda a região e de que muita gente necessita;, disse Diana Pinho.
Já o curso de teoria crítica e história da arte vem para reforçar o mercado e o a própria graduação de artes da UnB. De acordo com a professora de história da arte da instituição Grace Freitas, a nova graduação ;é a espinha dorsal dos estudos da área na universidade;. ;Planejamos que nossos estudantes sejam pesquisadores da arte brasileira e internacional. Temos profissões variadas nesse campo. Além da carreira acadêmica, podemos formar assessorias do mais alto nível para órgãos do governo ou empresas particulares, além de curadoria, que é uma área importante hoje. É um campo vasto de demanda, novo, hoje ocupado por pessoas que não são especialistas no assunto;, apontou.
Investimento
Por outro lado, Grace chama a atenção para a necessidade de investimento nos novos cursos. ;É um momento muito oportuno. A UnB e os professores precisam pesar as prioridades para criar as áreas. Precisamos que as condições sejam favoráveis para que esses cursos aconteçam. Necessitaremos de professores, equipamentos, funcionários. Existe uma demanda muito grande a ser suprida para que isso ocorra da melhor maneira possível;, afirmou.
A estudante Letícia Paixão França recebeu bem a notícia dos novos cursos. Ela tem 17 anos, é moradora de Taguatinga e está no 3; ano do ensino médio, às portas do vestibular e da terceira etapa do Programa de Avaliação Seriada (PAS). Letícia estuda cerca de quatro horas por dia, além da escola, para garantir uma vaga, e agora que a UnB oferece mais vagas, vai pensar bem na carreira que pretende seguir. ;É muito bom ter mais vagas e mais cursos. Dos novos, o de bacharelado em educação física e o de teoria crítica e história da arte são os que mais me atraem. Agora, com as novas possibilidades, me sinto estimulada;, assumiu.