Cidades

Jaqueline se defende e diz que não há na Câmara uma "condenação sumária"

Ana Maria Campos
postado em 30/08/2011 19:05

A deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), na primeira vez em que falou na Câmara desde a divulgação do vídeo no qual recebe propina de Durval Barbosa, manteve o silêncio sobre a história. Em seu discurso de defesa, ela não mencionou os encontros com Durval nem o que teria feito com o dinheiro recebido. Com voz embargada, limitou-se a afirmar que sentiu vergonha, raiva e indignação sobre as notícias relacionadas ao caso. "Não há na Câmara um lugar para uma condenação sumária", clamou.

Tampouco se referiu a Eurides Brito, cuja cassação defendeu quando a deputada foi flagrada recebendo dinheiro de Durval Barbosa. "Não tripudio a dor de ninguém. Sou parceira nos bons e maus momentos".

[SAIBAMAIS]O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que apresentou relatório no Conselho de Ética recomendando a cassação do mandato de Jaqueline Roriz (PMN-DF), foi o primeiro a falar durante a sessão. Ele afirmou que a conduta da parlamentar foi tão aviltante que o Ministério Público reclamou danos morais em nome do Distrito Federal, alegando que teve a imagem atingida. "Isso não é caso de caixa dois, e sim de propina no DF".

O deputado falou por 36 minutos, nove a mais que o estipulado. Ele ainda citou discursos de Jaqueline em que ela chama Eurides Brito de "cara-de-pau" e "mau caráter". "Quanta desfaçatez", disse Sampaio. Quando terminou de falar, Sampaio foi aplaudido por apoiadores do movimento Fora Jaqueline.

Os deputados Reguffe (PDT-DF), Érika Kokay (PT-DF) e Chico Alencar (PSol-RJ) também discursaram em defesa da cassação de Jaqueline Roriz. Érika Kokay criticou a conduta da deputada e disse que o episódio da Caixa de Pandora é um caso de corrupção hemorrágica. Vilson Covatti (PP-RS) foi a única voz em favor da deputada e disse que não encontrou nem uma palavra sequer no regimento da Casa em que estivesse previsto julgamento de um não parlamentar.

Pouco antes do fim da votação, a deputada deixou o Plenário da Câmara e deve acompanhar o desfecho do pedido de cassação de seu mandato em casa.

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