Jornal Correio Braziliense

Cidades

Há câmeras de vigilância, mas falta pessoal para monitar câmpus na UnB


Diante dos casos de assaltos, sequestros e até mesmo de um estupro nas imediações da Universidade de Brasília (UnB), estudantes e professores reclamam da ausência de vigilância, iluminação e, principalmente, providências por parte da direção do câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. Embora 30 câmeras tenham sido instaladas recentemente em diversos pontos da instituição e a sala de controle esteja pronta, ainda faltam profissionais para realizar o monitoramento.

O diretor do Centro de Manutenção de Equipamentos Científicos (CME) da UnB, Hallen dos Anjos, anuncia para quinta e sexta-feira próximas o início do treinamento dos funcionários, mas ressalta que ainda não há data marcada para o trabalho começar. ;Apesar de as gravações acontecerem, falta gente para observar as imagens. A ideia inicial era colocar pessoal do nosso quadro, mas boa parte está em greve. Então, vamos colocar os terceirizados;, pontuou. Os equipamentos custaram à universidade cerca de R$ 1,3 milhão. Para operá-los, porém, serão necessários 18 vigilantes, realizando serviço em turnos de seis horas.

Reivindicações
Em protesto contra a insegurança no câmpus, cerca de 70 pessoas se reuniram na última quinta-feira em marcha na UnB. O grupo, composto na maioria por mulheres, percorreu o Instituto Central de Ciências Norte até a L2 Norte. A iniciativa do Coletivo Unificado das Mulheres ; grupo apartidário em defesa do combate aos estupros na universidade ; teve como objetivo mostrar a insatisfação dos estudantes perante os crimes ocorridos, além de cobrar providências. Os manifestantes entregaram uma pauta de reivindicações ao reitor José Geraldo de Sousa Júnior, e negociaram prazos e medidas a serem implementadas.

Segundo o decano de administração da UnB, Eduardo Raupp, vários itens da pauta estão sob análise da reitoria. Alguns deles já estão em execução, como o plano de iluminação do câmpus. ;Vamos colocar esse grupo mais perto dos assuntos que estão sendo analisados. Assim, poderão participar das reuniões e sugerir melhorias. Um dos pedidos feitos foi a contratação de mais seguranças, mas isso depende de recursos e planejamento. De toda forma, estamos verificando a possibilidade;, revelou. ;Outra reivindicação foi a melhoria da articulação com a Polícia Militar e a Polícia Civil, mas essa é outra coisa que já está sendo feita;, pontuou.

A Secretaria de Comunicação da UnB elabora uma campanha informativa voltada aos estudantes. Ela tem a finalidade de orientá-los a evitar situações de risco. ;Esse era um pedido nosso e agora é uma promessa da UnB. Nosso câmpus é inseguro. Entre todos, ele é o campeão em ocorrências de violência sexual no DF. Além disso, ocorrem assaltos frequentemente;, expõe a estudante de ciências contábeis Nayara Sousa Marinho, uma das envolvidas no movimento de quinta-feira. ;Não dá para fingir que os casos não são reais. Sempre recebemos denúncias, várias por e-mail;, completa.

Ainda segundo Nayara, uma das grandes insatisfações dos alunos refere-se ao transporte público coletivo. Como alguns ônibus demoram a passar pela universidade, muitos alunos caminham em direção à L2 Norte para pegar o circular, ficando expostos aos perigos. A UnB irá apresentar ao GDF um pedido para que a universidade possa oferecer transporte gratuito até a via L2.

Locais perigosos
Em 20 de setembro, o Conselho Comunitário de Segurança da UnB vai se reunir para tratar sobre a violência contra a mulher no câmpus. Levantamento feito conselho mostrou que os pontos mais preocupantes no Darcy Ribeiro são trechos entre os edifícios da universidade e os estacionamentos, principalmente da Faculdade de Educação (FE), da Faculdade de Estudos Sociais Aplicados (FA) e da Faculdade de Saúde (FS).

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