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Estiagem e baixa umidade fazem lago atingir nível crítico

postado em 03/09/2011 08:00
Nível baixo do espelho d´água do Lago Paranoá já pode ser visto nos medidores: próxima etapa será a de limpeza, antes das chuvas
Quando setembro chega, o brasiliense começa a contagem regressiva para as primeiras chuvas caírem. De acordo com as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), isso pode ocorrer na segunda quinzena do mês. Mas, enquanto o alívio não vem, a seca e o calor continuam a castigar a cidade. A temperatura prevista para hoje deve atingir os 30;C na hora mais quente do dia, e a umidade relativa do ar ficará em 20%. Na última quarta-feira, o DF teve o dia mais quente do ano, quando os termômetros atingiram 33;C.

Com a seca, o Lago Paranoá está perto de atingir o nível mais baixo permitido pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa): 999,8cm. De acordo com a Resolução n; 9, de 2010, que determina as condições altimétricas do espelho d;água, no início de setembro a água deve estar na casa dos 1.025cm e, no fim do mês, não pode passar de 999,90cm. Até ontem, o site da autarquia indicava que o nível está próximo de 1.000cm. ;Estamos autorizados a baixar um pouco mais o lago para fazer reparos na usina. Mas, quando chegar o fim do mês, estaremos dentro da cota mínima;, explicou o diretor da CEB Geração, Manoel Clementino Barros Neto. ;A gente traz o nível do reservatório para o patamar um pouco mais baixo sem provocar prejuízo para o lago.;

Segundo a bióloga da Superintendência de Recursos Hídricos da Adasa, Camila Campos, em outubro, o espelho d;água deve atingir o nível mais baixo. ;Nessa época fazemos a limpeza do lago, antes do período chuvoso;, adiantou. Mas o professor do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Brasília (UnB) Gustavo Souto Maior, alerta: o baixo nível do Lago Paranoá pode atrapalhar a geração de energia. ;O lago gera pouca energia para o DF, em torno de 2%, mas é importante do ponto de vista estratégico, caso ocorra um apagão, por exemplo. Isso pode alterar a biodiversidade e afetar a navegabilidade;, explicou.

Massa de ar
Apesar de o Instituto Nacional de Meteorologia prever pancadas de chuva para a segunda quinzena deste mês, o calor deve continuar até outubro. ;A massa de ar seco vai permanecer, porque o período chuvoso só começa no próximo mês. Setembro é uma época de transição;, explicou o meteorologista Manoel Rangel, do Inmet. ;As pessoas terão que esperar para que uma frente fria passe sobre a região.; Enquanto isso, o brasiliense sofre com o sol e a baixa umidade. Ontem, a temperatura máxima chegou a 30,3; e a umidade relativa do ar atingiu 23%.

Cuidados
Durante esse período, a Defesa Civil recomenda ao brasiliense beber muita água e consumir frutas e legumes. Também é aconselhável usar roupas leves, evitar banhos prolongados com água quente e, se possível, não se expor ao sol das 10h às 17h, especialmente entre as 14h e as 16h, quando a umidade do ar fica mais baixa. Essas atitudes preventivas podem ajudar a aliviar o incômodo provocado pelas altas temperaturas.

Os incêndios também ocorrem com mais frequência nesta época do ano. Na noite da última quinta-feira, o fogo consumiu sete hectares próximo ao Balão do Torto. Cerca de 20 militares trabalharam durante quase duas horas e meia na região para controlar as chamas e evitar um estrago maior. Em agosto, foram registradas 768 ocorrências de incêndio e um total de 4.736 hectares destruídos, de acordo com o coordenador de Incêndio Florestal do Corpo de Bombeiros do DF, major Sérgio José Hernandes. Em julho, foram 662 chamados e um total de 2.224 hectares queimados. No mês anterior, os militares atenderam 420 ocorrências e o foto atingiram 855 hectares.

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