Renda alta, grande oferta de empregos e qualidade de vida. Essa combinação de fatores faz de Brasília uma cidade atrativa para migrantes de todo o país. Diante do grande contingente de brasileiros e estrangeiros que desembarcam anualmente na capital federal, o número de moradores da cidade cresce acima da média nacional. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as estimativas populacionais dos municípios em 2011. O número de brasilienses, por nascimento ou opção, chegou a 2.609.997. Isso representa um crescimento de 1,5% em relação à população de 2010. Se esse ritmo for mantido nos próximos anos, em 2015, o Distrito Federal vai ultrapassar Salvador (BA) e assumir a terceira posição no ranking das cidades mais populosas do Brasil.
Apesar de ainda estar acima da média nacional, o percentual de crescimento da população do DF é muito menor do que o registrado na última década. O fluxo migratório caiu em todas as faixas de renda. A distribuição indiscriminada de lotes, que trazia milhares de brasileiros de todos os cantos do país, chegou ao fim. Mas a capital federal continua exercendo uma enorme atração sobre os migrantes, que vêm para a cidade em busca de empregos e oportunidades. O serviço público e a indústria dos concursos são outros dois aspectos que ajudam a explicar essa tendência.
A supervisora de Divulgação de Informações do IBGE no Distrito Federal, Sônia Baena, afirma que os migrantes que chegam à cidade e conseguem vencer atraem outros conterrâneos. ;Brasília ainda tem um poder de atração muito grande. As pessoas vêm em busca de emprego e de oportunidades, já que aqui os rendimentos são muito maiores do que em outras cidades. Mas também há pessoas que buscam aqui educação ou tratamentos de saúde, por exemplo;, justifica Sônia Baena. ;No Censo de 2020, o Distrito Federal terá subido uma posição no ranking de cidades mais populosas. Mas o DF deve ultrapassar Salvador bem antes disso;, prevê a especialista.
Recém-chegados
O engenheiro da computação Nélio Silva Pedrosa, 25 anos, desembarcou em Brasília no mês passado. O goiano candidatou-se a uma vaga oferecida por uma empresa privada e conquistou o posto. Ele não hesitou ao escolher a capital federal como destino. ;Brasília oferece oportunidades e salários infinitamente melhores do que os de Goiânia (GO). Aceitei esse desafio e sei que não vou me arrepender. Já me acostumei com a cidade e estou gostando da vida aqui;, conta o jovem engenheiro.
A corretora de seguros Carla Souza Meira, 34 anos, chegou à cidade em janeiro deste ano. Mineira de Belo Horizonte, ela conseguiu um cargo melhor, dentro da mesma empresa em que trabalhava antes. Agora, Carla gerencia um escritório em Brasília. ;Vim para cá por conta dessa excelente oportunidade. Sinto falta dos meus amigos, mas não tenho nenhuma vontade de voltar para realizar o trabalho que eu fazia antes;, confessa Carla Souza. ;Gosto da cidade, da qualidade de vida que ela oferece. Minha filha (Luana) de 12 anos também se adaptou rapidamente;, comenta a corretora, que agora vive no Sudoeste.
Por conta da chegada de migrantes e diante do aumento natural da população, o número de moradores do Distrito Federal cresceu 1,5%, enquanto Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, tiveram um crescimento de 0,5% entre 2010 e 2011. Salvador também teve um percentual de incremento da população bem menor: 0,6% no período. O crescimento populacional do DF foi maior entre as seis cidades mais populosas do Brasil.
O diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya, diz que o fluxo migratório no DF já diminuiu e deve ser reduzido ainda mais. ;Estimamos que pelo menos 150 mil pessoas deixaram de vir para o Distrito Federal na última década. Com isso, o ritmo de crescimento caiu, até mesmo no Entorno.;