Luiz Calcagno
postado em 12/09/2011 15:55
Cerca de 90 agentes de reintegração social se reuniram em frente ao Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) na manhã desta segunda-feira (12/9). Por volta das 10h, agentes que saíam do plantão se juntaram a profissionais de folga para discutir exigências a serem feitas ao GDF. A reunião veio após um princípio de rebelião no domingo (11/9), que deixou três agentes feridos.
Dentre os pedidos estão o aumento do efetivo, esvaziamento da instituição, que está superlotada, e início da discussão para que os agentes possam utilizar armas não letais. Os agentes querem ainda que o Caje volte a funcionar lotado na Secretaria de Justiça e não na Secretaria de Criança. Segundo eles, na Secretaria de Justiça eles respondem a gestores com experiência em segurança pública, o que facilita na hora de discutir as necessidades da instituição.
Após a coversa, o grupo seguiu para o Palácio do Buriti.
Violência
O princípio de rebelião no domingo envolveu 35 internos. Segundo o delegado de plantão Zander Vieira Pacheco, da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), a confusão começou por volta das 10h50, quando os adolescentes tentaram fazer um agente penitenciário de refém para uma fuga. Ele reagiu e pediu ajuda a outros agentes. Os internos, por sua vez, usaram cabos de vassoura e rodos, cordas e até escovas de dente para agredí-los.
[SAIBAMAIS]A polícia suspeita que os parentes sabiam da rebelião, já que, por volta das 10h20, eles começaram a se ausentar do local, sendo que o horário de visitação termina às 11h.
Os três agentes feridos e os jovens prestaram depoimento na DCA. Segundo o delegado, os jovens podem responder por tentativa de homicídio, motim e lesão corporal. O Caje atende 420 internos, com capacidade para apenas 160. Cerca de 40 agentes fazem a segurança do local em regime de plantão.