Luiz Calcagno
postado em 12/09/2011 18:30
Os agentes de reintegração do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) foram recebidos, nesta segunda-feira (12/9), pela subsecretária da Subsecretaria do Sistema Sócioeducativo da Secretaria da Criança, Ludmila de Ávila. A categoria esteve reunida esta manhã em frente à instituição para discutir as exigências ao GDF. No domingo (11/9), três profissionais ficaram feridos após um princípio de rebelião entre os adolescentes.Segundo a subsecretária, a reivindicação para a contratação de mais agentes será analisada pela Secretaria de Administração do GDF. Quanto ao uso de armamento não letal, a subsecretária disse que foi feito um pedido de consulta à Procuradoria do DF para saber se os agentes podem utilizar esse tipo de instrumento. "A Procuradoria é que vai se manifestar", disse.
De acordo com Ludmila, o governo está com processo licitatório de construção de cinco unidades prisionais. "Até lá, temos buscado algumas soluções provisórias. Estamos criando unidades para fazer pernoite, por exemplo, mas temos que alugar esses locais e adaptá-los", explicou a subsecretária. Segundo ela, o GDF quer resolver os problemas do sistema. "As unidades menores que temos caminham para a tranquilidade", completou.
Violência
O princípio de rebelião no domingo envolveu 35 internos. Segundo o delegado de plantão Zander Vieira Pacheco, da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), a confusão começou por volta das 10h50, quando os adolescentes tentaram fazer um agente penitenciário de refém para uma fuga. Ele reagiu e pediu ajuda a outros agentes. Os internos, por sua vez, usaram cabos de vassoura e rodos, cordas e até escovas de dente para agredí-los.
A polícia suspeita que os parentes sabiam da rebelião, já que, por volta das 10h20, eles começaram a se ausentar do local, sendo que o horário de visitação termina às 11h.
[SAIBAMAIS]Os três agentes feridos e os jovens prestaram depoimento na DCA. Segundo o delegado, os jovens podem responder por tentativa de homicídio, motim e lesão corporal. O Caje atende 420 internos, com capacidade para apenas 160. Cerca de 40 agentes fazem a segurança do local em regime de plantão.