postado em 15/09/2011 16:00
Cerca de 300 estudantes do câmpus de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB) ainda permanecem acampados no prédio da reitoria da UnB, na Asa Norte, segundo o movimento estudantil. Eles ocupam o edifício há dois dias e reivindicam questões ligadas ao contrato com a construtora dos edifícios em Ceilândia, entre outros itens. O Conselho do câmpus de Ceilândia está reunido desde às 9h desta quinta-feira (15/9) para discutir as reivindicações dos alunos. A assessoria de imprensa da universidade informou que as conversas devem seguir durante a tarde e as exigências dos estudantes serão discutidas por membros da UnB.Segundo a aluna de Saúde Coletiva, Juliane Alves, 21 anos, os estudantes exigem também o rompimento de contrato com a empresa responsável pelas obras no câmpus de Ceilândia e a garantia de que ela não participará de um novo processo de licitação. "Queremos, ainda, a conclusão dos prédios, pois hoje há um parcialmente concluído e dois inacabados", disse Juliane.
Alguns alunos da UnB compareceram também a uma audiência pública no Memorial Darcy Ribeiro para tratar do tema corrupção. O encontro aconteceu durante a manhã desta quinta-feira. Durante a conversa, estudantes e políticos começaram a discutir as reivindicações. Segundo a Secretaria de Comunicação da UnB, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu aos estudantes que respeitassem o direito dos parlamentares e convidados de continuarem debatendo o tema da corrupção, mas foi interrompido pelos manifestantes.
Construtora
Em nota, a empresa responsável pelas obras do câmpus da UnB em Ceilândia afirma que "reconhece que há atraso na entrega das obras, iniciadas no fim de 2008, e que deveriam ser entregues em 2009, segundo cláusula contratual em acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), na época da licitação, mas alega diversos motivos sobre os quais não tem ingerência, como inúmeras e constantes alterações dos projetos da obra por parte da UnB, e que justificam o atraso". Entre os argumentos são citados está a Operação Caixa de Pandora - em 2009 e 2010 - que, segundo a empresa, "intensificou os trabalhos de auditorias nas obras públicas do DF e repercutiu na obra do Campus de Ceilândia prejudicando seu andamento ao longo de 2010".
A empresa alega ainda que "a greve dos funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) no fim de 2010 contribuiu para o atraso", além do "não pagamento da medição dos serviços realizados em junho de 2011, apresentada à fiscalização em 1; de julho e protocolada em 02 de agosto". Outros itens também são apresentados na defesa da construtora.