postado em 23/09/2011 10:45
A Coordenação de Repressão às Drogas do Distrito Federal (Cord) realizou nesta sexta-feira (23/9) a maior incineração de drogas da história do DF. Uma mega operação foi montada para destruir três toneladas de entorpecentes apreendidos nos últimos 14 meses ; quase o dobro da última incineração. A ação começou às 10h em uma empresa especializada, no Setor Industrial de Ceilândia. Mais de 18h são necessárias para queimar todo o material. No percurso que levou as drogas ao forno, 100 agentes participaram do forte esquema de segurança montado, incluindo dois helicópteros.
Um comboio de três caminhões levou as drogas. A maior parte, mais 2,5 toneladas, era de maconha. Cocaína e crack somaram mais de 222 Kg. Com essa quantidade é possível produzir 800 mil pedras de crack, considerando que cada quilo dá origem a três mil pedras. De acordo com o coordenador da Cord, delegado Luiz Alexandre Gratão, as três toneladas equivaleriam a R$ 6,3 milhões para o tráfico. "Simbolicamente, é um recado para o traficante. É o dinheiro deles sendo queimado", afirma. Para evitar problemas no caminho por onde esse montante foi transportado, as divisões de Operações Aéreas (DOA) e Especiais (DOE) da Polícia Civil e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar participaram da logística montada para segurança.
Gratão lembra que, em 2010, foi incinerada 1,6 tonelada de drogas. "Nesse período nós apreendemos mais, o que é resultado da eficiência do trabalho repressivo. A polícia está realmente tirando a droga das ruas", assegura. Segundo ele, a maior parte da apreensão foi feita em Ceilândia e Samambaia, regiões que há anos lideram esse ranking. Também tem droga apreendida no Entorno do DF, onde os grandes traficantes armazenam parte da mercadoria que trazem para vender aqui. A operação incinerou drogas apreendidas entre junho de 2010 e agosto deste ano.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, 2.377 traficantes foram presos só neste ano. "A Polícia Militar vai intensificar o efetivo para impedir peremptoriamente que haja tráfico e consumo nas regiões mapeadas e a população vai sentir a presença desses policiais", disse. Segundo ele, mais 650 homens já estão atuando e outros 650 vão para as ruas até dezembro.
Para a diretora-geral da PCDF, Mailine Alvarenga, a população tem um papel importante nesse processo. "Através do 197 as pessoas podem ajudar na prisão dos traficantes. Foi fator decisivo nessas prisões a confiança na Polícia Civil e no Disque Denúncia", afirmou. A diretora defende a conjugação de esforços entre os órgãos de segurança pública, os entes governamentais, a população e a imprensa como o meio mais eficaz para conseguir segurança.
A droga levada para o incinerador estava armazenada no Departamento de Polícia Especializada (DPE). A iniciativa é parte do encerramento da Semana de Prevenção ao Uso de Drogas no DF. Além de maconha, cocaína e crack, também foram queimados 107 kg de merla, 8 kg de lança perfume, 7 kg de haxixe, 6,8 unidades de ecstasy, 2,5 mil unidades de LSD e outras três mil unidades de substâncias diversas. A operação de incineração custou R$ 7,5 mil reais.