Cidades

Servidores da Agefis envolvidos em esquema de corrupção serão exonerados

postado em 26/09/2011 17:03

Os quatro auditores fiscais da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) envolvidos no esquema de corrupção serão exonerados dos cargos de chefia e afastados das atribuições. O órgão divulgou a decisão por meio de nota nesta segunda-feia (26/9). Como parte da resolução, a instituição irá praticar ações imediatas como instaurar sindicância - processo de investigação interna - e inspecionar a Agefis de Ceilândia. Os mecanismos de controle da ação fiscal também serão revistos.

O esquema foi descoberto após denúncia, com a Operação Acton, da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco). O esquema envolvia auditores fiscais da Agefis, empresários e grileiros. Os servidores da Agefis são: Amarildo Endlich Pedro, 46 anos, Moises de Carvalho Lima, 38, Carlos Alberto Oliveira Costa, 56, e Erondes Alves da Silva, 49.

Os outros envolvidos são: os empresários do ramo da construção Reynaldo Wagner Taveira, 51, e José Volteir de Oliveira Rios, 53, os grileiros e parceladores de terra Antônio Emilson Soares, 54, Cláudio Raider Simões, 34, Carlos Eduardo de Andrade Muniz, 39, que é soldado do Corpo de Bombeiros, José Benedito Lustosa Rocha, 50, Leonidas Alves Santana, 52, e Antônio Carlos de Andrade, 40. O último, que tem a função de grileiro, ainda não foi localizado. Todos foram detidos na última sexta-feira (23/9).

Liberação por propina

Segundo o diretor da Deco, Márcio Araújo Salgado, os quatro servidores liberavam a construção de imóveis em locais irregulares, invasões de áreas públicas e parcelamentos irregulares de solo, principalmente em Vicente Pires e Ceilândia. Áreas como os condomínios Por-do-Sol e Sol Nascente e Colônia Agrícola Samambaia eram os alvos preferidos pelos acusados. O esquema existia há pelo menos um ano. "Após o pagamento de propina, eles chegavam a mudar o endereço das derrubadas, além de antecipar aos empresário os dias em que as operações do órgão seriam realizadas. De acordo com o diretor, o valor da propina dependia do tamanho do imóvel e variava entre R$ 5 mil a R$ 10 mil.

[SAIBAMAIS]Apreensão
Cerca de R$ 50 mil em dinheiro e R$ 500 mil em cheques foram apreendidos pelos agentes, além de computadores contendo informações do crime, documentos, como mapas de terrenos, faixas de anúncio de terrenos e um cofre pertencente a um dos empresários. Pelo menos 200 cheques provenientes dos parcelamentos de terra foram encontrados em posse do soldado do CBDF.

Crime

Os envolvidos responderão por formação de quadrilha, corrupção, concussão e violação de sigilo funcional, advocacia administrativa e inserção de dados falsos em sistema de informações. A prisão preventiva tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada.

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