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Às margens do Lago Paranoá, o lazer envolve altos investimentos

postado em 02/10/2011 14:44
A primeira referência ao represamento do Rio Paranoá teria sido feita pelo botânico francês Auguste Glaziou, na segunda Missão Cruls, às vésperas da publicação do conhecido Relatório Cruls, de 1894. Foi ele quem vislumbrou um lago artificial na região. Somente em 1955 os estudos foram concluídos. O projeto se concretizou na construção de Brasília. O Lago Paranoá ficou pronto em 1959, dois anos antes da inauguração da capital. O surgimento do lago abriu possibilidades de lazer, recreação, esporte, turismo, geração de energia e composição paisagística de Brasília. O lago, então, passou a ser considerado o maior patrimônio ambiental da cidade.

1 - Novo point na ponta norte

Inaugurado em julho, o Calçadão da Asa Norte virou novo ponto de encontro para os brasilienses. A facilidade da população em aderir ao novo espaço na hora de se divertir, principalmente nos fins de semana, mostra a carência por espaços públicos bem conservados, onde seja possível passar algumas horas com a família. Para atender a demanda, diversos ambulantes passaram a frequentar o local e esperam ansiosos pela liberação do GDF para a montagem de quiosques. A administração de Brasília informou, no entanto, que ainda não há uma previsão para este processo. Enquanto isso, Marilene Souza Pereira, 39 anos, uma das vendedoras que atua no local, conta que o calçadão a fez mudar de vida. ;Vendia comida na porta de universidades durante a noite. Agora, venho aqui apenas nos fins de semana e já estou ganhando bem mais;, conta, orgulhosa. ;O problema é que, enquanto não regularizam, corremos o risco de ser abordados pela fiscalização e perder tudo;, lamenta.

2 - Os velhos e bons clubes
Como as áreas públicas de acesso ao Lago Paranoá são bastante restritas, os brasilienses continuam recorrendo aos clubes para aproveitar o espelho d;água. Mesmo em queda nos últimos anos, o número de associados aos 32 clubes recreativos em torno do lago chega a 10 mil. Cerca de 1,9 mil pessoas trabalham nas associações, entre marinheiros, professores de educação física, auxiliares de serviços gerais e seguranças. Somente o Iate Clube, inaugurado com Brasília, possui 500 empregados. ;A frequência vem diminuindo gradativamente, mas os clubes ainda envolvem muito dinheiro;, diz o presidente do sindicato dos trabalhadores das entidades recreativas, Pedro Viana Neres. De acordo com o levantamento feito pelo economista Júlio Miragaya, os clubes movimentam R$ 38,4 milhões por ano, entre salários e títulos de associados. O valor de um título chega a R$ 3 mil. A mensalidade média é de R$ 230, mas pode superar a casa dos R$ 300.

3 - Corrida pelos luxuosos salões

As casas de festa usam a proximidade do Lago Paranoá para justificar o preço médio de aluguel a R$ 10 mil, um dos mais altos do superaquecido mercado de eventos da capital federal. Em pelo menos três desses espaços com localização privilegiada, a agenda está sempre cheia. Para garantir, os noivos costumam agendar a festa do casamento com mais de um ano de antecedência.

4 - R$ 17 mil, o metro quadrado mais caro do DF
Os terrenos beira-lago sempre estiveram na mira das empreiteiras. Na última década, o mercado imobiliário festejou a mudança de destinação de cobiçadas áreas às margens do Paranoá. A velocidade de venda das cerca de 3,6 mil unidades residenciais dos nove empreendimentos erguidos ou em construção foi assustadora. Os camarotes, como são chamadas as coberturas com vista livre para o lago, têm hoje o metro quadrado mais caro de Brasília: R$ 17 mil. O mais barato sai por R$ 11 mil. O aluguel de uma unidade de 40m; fica em R$ 2,5 mil. ;Para o mercado de imóveis, estar perto do lago significa valorização contínua;, justifica o diretor da Associação Brasileira de Mercado Imobiliário (ABMI), Pedro Fernandes.

Festas embarcadas
O naufrágio do barco Imagination, em maio deste ano, que causou a morte de nove pessoas, abalou intensa e diretamente o mercado de festas em embarcações (leia Memória). José Filipe João Júnior, empresário de 58 anos, conta que tem recuperado o interesse do público lentamente. ;Meses depois da tragédia, conheço muitos barcos que estão completamente parados ou que só foram alugados duas vezes de lá para cá. Nós voltamos a ser procurados para fazer casamentos, mas (a recuperação) é aos poucos;, conta. O aluguel de toda a estrutura e serviço de funcionários, para 50 pessoas e por cinco horas, custa em média R$ 2 mil. ;No meu caso, eu não fiz o barco para ganhar dinheiro, esse era o lugar de reunir a família. O problema é que é muito caro manter. Gasto, em média, R$ 6 mil por mês para deixar tudo em ordem. Alugar virou uma forma de custear;, afirma José Filipe. O barco Happy Day, assim como todos os demais, foi feito em Brasília porque há dificuldade de importar partes e peças prontas. O tempo para construir uma embarcação desse porte é de oito meses. É necessário contratar uma mão de obra bastante especializada, o que eleva o custo.

5 - R$ 200 a hora, mesmo sem vento
Sem o vento constante das praias, o Lago Paranoá não impossibilita a prática do kitesurf, apenas torna a tarefa mais desafiadora, afirma o professor Josué Victor, 44 anos. ;Por causa dessa dificuldades, quem anda aqui, anda em qualquer lugar;, afirma. As aulas são cobradas em hora/vento, já que não há como praticar o esporte sem uma ajudinha do clima. Apesar de não ser o esporte mais popular do lago, o ;kite;, como é apelidado pelos mais íntimos, é bastante chamativo e vira atração dos demais atletas ou visitantes da Península dos Ministros, onde a maioria dos praticantes se reúne aos fins de semana.

Malhação VIP

As academias de ginástica mais caras de Brasília estão às margens do Lago Paranoá. A localização inflaciona o preço da mensalidade, mas não espanta clientes. Juntas, Body Tech, Companhia Athletica e Club 22 têm cerca de 6,7 mil alunos matriculados, número que aumenta a cada mês. As três empresas ; duas delas franquias nacionais ; respondem pela criação de quase 350 empregos diretos. ;O lago é um atrativo. Os alunos gostam de malhar com uma vista diferente;, comenta a diretora da Companhia Athletica, Luciana Solino. As águas funcionam como extensão da megaestrutura das academias: aulas são realizadas inclusive a bordo de barcos. As mensalidades giram em torno de R$ 300, mas podem chegar a R$ 450.

Esportes no cartão-postal
Andar na corda bamba até pode ser coisa de circo. Mas andar, saltar e ficar estático na slack line é atividade para jovens, ainda que só de espírito. A graça do esporte não é a vertigem causada pela altura, uma vez que os praticantes ficam bem perto do chão. O divertido são as peripécias. Leonardo Mendes (foto à esquerda), policial militar, tem 24 anos e gosta de ir até a Ermida Dom Bosco com os amigos para praticar. Segundo ele, a vista é um incentivo. ;É preciso comprar a corda. Existem vários tipos e de diversos preços, mas isso não precisa ser um impeditivo para a prática. Eu comecei usando corda de segurar carga de caminhão;, ressalta. ;O ideal é ter o kit (que custa R$ 130), até para não ferir a casca das árvores. O conjunto inclui um protetor específico para isso.;

Além do slack line, outro esporte de nome estrangeiro conquistou os brasilienses: o longboard downhill. O skate, um tanto mais longo, mistura velocidade e manobras em terrenos íngremes. Além do Eixão, aos domingos os praticantes do esporte gostam de frequentar a Ermida Dom Bosco. A vista para o lago e uma descida desafiadora, que precisa ser vista com respeito pelos iniciantes, formam a mistura perfeita, garante a atriz Suellen Paiva (foto à direita), 29 anos. ;Durante a semana é complicado vir até aqui para praticar, pois o lugar é um pouco ermo. Mas no fim de semana é ótimo;, diz. O custo, no entanto, não é tão animador. A longboard é vendida por mais de R$ 800. ;E gasta muita rodinha, tem que trocar sempre;, adverte. O jogo de quatro rodas sai por R$ 170.

Cenário para o futevôlei

Os clubes da cidade oferecem diversos tipos de atividades esportivas para conquistar não só os sócios, mas os convidados que costumam acompanhar a prática das modalidades. Nesse cenário, o futevôlei ganha bastante destaque pelo número de adeptos e pela baixa necessidade de investimentos. Apesar de a areia não estar na beira da praia ou de não haver maresia, o Lago Paranoá faz as vezes e cria o melhor visual possível para quem pratica o esporte na cidade. O estudante André Guedes, 25 anos, diz que vai ao clube para praticar o esporte todo fim de semana. ;É mais para brincar. É uma delícia jogar aqui. O meu primeiro esporte é o jiu-jitsu, mas o futevôlei complementa a minha prática de atividades físicas;, diz. O parceiro de partida e funcionário público Gustavo Henrique, 27, faz do futevôlei o lazer e a malhação da semana. ;Eu não malho em academia e adoro o jogo. Além disso, considero que é bastante democrático, porque é barato. Outra vantagem é que dá para jogar com chuva ou sol.;

Stand-up paddle, a nova febre

Ficar de pé sobre uma prancha e usar o remo para dar um passeio pelas águas não é moda apenas no Lago Paranoá ou nas praias do país. Cada vez mais as pessoas ouvem falar do stand-up paddle, que surgiu no Havaí e, de acordo com o professor André Pedrosa (foto), 44 anos, tem ganhado adeptos graças à facilidade em aprender o esporte. ;Existe um boom no mundo todo. Em Brasília, há mais de um clube oferecendo aulas. As pessoas pegam gosto, porque conseguem começar a praticar rapidamente;, explica. A aula custa em média R$ 50, além do aluguel dos equipamentos, que sai por R$ 20. Um prancha custa R$ 2 mil.

Projeto Orla andou pouco

O Projeto Orla nasceu em 1995 para dar vida às margens do Lago Paranoá. A lei, de autoria do então deputado federal e hoje senador Rodrigo Rollemberg (PSB), previa 11 polos culturais que democratizariam o acesso ao espelho d;água. Dezesseis anos depois, o único que deu certo foi o Pontão do Lago Sul, inaugurado em 2000. Áreas previstas originalmente foram completamente desvirtuadas ou estão abandonadas, como a Concha Acústica. A ocupação irregular das margens avançou com o passar dos anos, sem qualquer fiscalização. Para Rollemberg, falta visão dos governantes para explorar o potencial do lago. ;É um paraíso desperdiçado. O Projeto Orla representa uma fonte de riqueza para o Distrito Federal. Constatar o desperdício do lago por falta de políticas públicas é lamentável;, critica.

6 - Baladas no espelho d;água
Dar uma volta pelos cartões-postais da cidade de dentro d;água é diversão garantida ; e para poucos. Apesar de ser possível alugar uma lancha, são apenas alguns moradores que podem desfrutar desse luxo na hora que bem entenderem. O empresário Denilson Rezende (foto), 31 anos, diz que gosta de reunir os amigos para dar um passeio aos fins de semana, mas que, vez por outra, também anda no meio da semana, após o trabalho, ;para esfriar a cabeça;. Segundo ele, é preciso R$ 600 para encher o tanque. Diferentemente de um carro popular, o combustível só dura um ou dois dias. ;É tudo muito caro. É preciso pagar ao clube uma taxa de R$ 35 por pé (depende do tamanho da embarcação). Somam-se a isso os R$ 200 por mês do marinheiro, que limpa tudo e deixa a lancha preparada para sair;, explica. A revisão, feita a cada 100 horas de uso, custa em média R$ 2,5 mil. Fernando Matos, 46 anos, também é empresário e conhece bem esses gastos. ;Mas vale a pena. Eu mesmo uso sempre;, diz. No último fim de semana, Matos participou de um encontro na ponta do Lago Norte com outras 70 lanchas. ;Uma festa muito boa, todo mundo ouve a mesma música e fica só curtindo.; As bebidas, segundo ele, são levadas pelos amigos que se juntam na aventura. ;Cada um leva uma garrafa de vodka ou whisky e aí junta tudo.; O Código Penal Brasileiro, pelo Regulamento da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (RLESTA), prevê a suspensão ou o cancelamento da carteira de habilitação e apreensão da embarcação no caso de alcoolemia comprovada. O aluguel de uma lancha custa entre R$ 300 e R$ 700 a primeira hora.

7 - Um barco de quase R$ 1 milhão
Brasília não tem mar, mas o Lago Paranoá faz da cidade referência para o mercado náutico. ;É uma coisa de louco. Falou em lancha nesta cidade, falou em muito dinheiro. Os brasilienses ;entram de cabeça; e gastam muito", diz o gerente de uma loja náutica Edil Júnior, que há seis anos largou o ramo da informática. ;Não volto nunca mais;, completa. Os empresários são a maioria dos compradores. Um deles, no ano passado, levou a lancha mais cara da loja gerenciada por Júnior. Com capacidade para 14 pessoas, custou R$ 900 mil. Tem quarto com duas camas, ar-condicionado, gerador de energia, banheiro com box, além de cozinha com geladeira, micro-ondas e fogão. Mas os modelos mais vendidos custam de R$ 120 mil a R$ 150 mil.

Os sabores à beira-lago

Cerca de 50 bares e restaurantes estão às margens do Lago Paranoá. Entre os pontos gastronômicos mais famosos estão o Pontão, o espaço Beira Lago e o Pier 21. Os empreendimentos, além de formarem uma rede de opções com uma vista privilegiada, ainda empregam cerca de 3,5 mil pessoas. Entre os pioneiros a aproveitar o clima ;praiano; está o Retiro do Pescador. ;Temos 16 anos de mercado e sabemos que a localização é um dos nossos atrativos. O grande problema é que nosso movimento fica praticamente restrito aos fins de semana;, afirma o proprietário, Cristiano Queiroz da Silva. ;Infelizmente, o terreno tem sido muito visado para receber novos emprendimentos para a Copa do Mundo. Talvez tenhamos de sair daqui depois de tantos anos;, reclama.

O charme do espelho d;água, compreendido por tantos empresários, foi o que levou os sócios do restaurante Coco Bambu a abrir uma das unidades justamente às margens do lago. Um dos sete sócios, Eilson Studart, conta que muitos clientes chegam de lancha. ;De tão assíduos eles nos ligam antes e são servidos lá no lago mesmo;, diz. A casa trabalha no limite. Há sempre fila de espera e os 780 lugares ficam lotados. ;Nossa receita é servir um produto diferenciado por um preço acessível;, afirma.

Aberto há seis meses, o bar Devassa, no Pontão, também comemora o sucesso. ;Esta é a maior casa do Brasil. Vendemos mais de 800 litros de chope por dia no fim de semana;, conta o mâitre, Jocimar Agostini. Gerente da Mormaii, Camila Guimarães (foto) diz que o movimento no restaurante também é crescente. ;Nós estamos expandindo, a cada dia criamos mais setores para atender a clientela. Temos esse foco para o público jovem, para os esportes aquáticos, incentivamos campeonatos no lago e, com isso, ganhamos cada vez mais frequentadores;, diz. A unidade do Pontão é a que mais fatura entre as lojas Mormaii de propriedade do franqueado de Brasília. Pranchas e demais acessórios saem mais na capital do país do que em cidades como Porto Alegre, Florianópolis e Guaropaba (SC).

Abastecendo barcos, lanchas e tripulantes
Existem três pontos às margens do lago para quem precisa abastecer o barco, a lancha ou o jet ski. Os preços são praticamente idênticos aos marcados nas demais bombas de gasolina da cidade. O pulo do gato está nas lojinhas de conveniência, sempre abastecidas com petiscos, refrigerantes, bebidas alcoólicas nacionais e importadas, além de cigarros e charutos de todos os preços. Os valores são bem mais altos que em mercados convencionais, mas atendem às urgências de quem está embarcado. Charutos, por exemplo, chegam a custar R$ 70 a unidade.


Investimentos
Confira a lista de obras executadas e previstas em torno do Lago Paranoá pelo atual governo:

Polo de gastronomia - Área de lazer e gastronomia ao lado da Ponte JK, com praça, fonte e parquinho para as crianças. As obras públicas, orçadas em R$ 2,8 milhões, foram entregues em 17 de abril deste ano. Muitos restaurantes ainda estão em processo de implantação.

[SAIBAMAIS]Calçadão da Asa Norte - Área de lazer de 22 mil m; próxima à Ponte do Bragueto, no fim da Asa Norte. O grande calçadão em madeira e concreto, o playground e o estacionamento para 100 vagas ficaram prontos em julho deste ano, após um investimento de R$ 4 milhões.

Calçadão da Asa Sul - Espaço semelhante ao recém-inaugurado no lado norte, será construído ao lado da Ponte das Garças e terá novidades como uma pista de skate e um teatro de arena. O projeto, estimado em R$ 7 milhões, está em fase de aprovação junto aos órgãos ambientais.

Pelotão lacustre do Lago Sul - Projeto em fase aprovação pelos fiscais da Novacap, custará R$ 11 milhões e incluirá área para caminhadas e cooper e espaço para decolagem de asa-delta, entre as QLs 12 e 14.

Revitalização da Concha Acústica - O GDF promete restaurar o tradicional espaço no Setor de Hotéis e Turismo Norte. O projeto está em andamento e abrange reforma da concha e dos quiosques e construção de fonte, espelho d;água e deques em madeira.

Fonte: Secretaria de Obras

O lago não está para peixe
Não há um lugar específico para pesca às margens do Paranoá. Por isso mesmo, os amantes da prática esportiva ficam espalhados por quase toda a extensão ainda pública do lago. Apesar de aproveitarem o passatempo, o sol e a vista, as reclamações quanto à dificuldade de acesso, limitações de infraestrutura, poluição e falta de peixes são constantes. Paulo Machado, 58 anos, é agente de educação e pesca aos fins de semana na companhia da mulher, Maria Helena Machado, 46 anos. Para ele, faltam normas e fiscalização para que outros frequentadores deixem de usar redes, mantendo uma quantidade mínima de peixes. ;Poderiam também cuidar melhor da orla e das águas. A gente joga a isca e tira lixo do fundo. Quando chega, coloca a cadeira ao lado de latas e garrafas. Nós dois fazemos a nossa parte e sempre recolhemos tudo o que podemos;, diz.


Três perguntas para; Ariadne Bittencourt
Subsecretária de Políticas de Turismo do DF

O potencial turístico e econômico do Lago Paranoá é subaproveitado?
Sim, ainda é muito pouco aproveitado. A gente precisa levantar os pontos importantes do lago para viabilizá-lo como ponto turístico.

Mas o que falta para isso acontecer?
Precisa de vários incentivos, de ação conjunta entre o poder público e a iniciativa privada. Precisamos criar condições de acesso ao lago, construir a marina pública, organizar e sistematizar os passeios de barco, agregando informação.

E o que este governo tem feito?
O assunto é tratado como prioridade. Fizemos, três meses atrás, um seminário para discutir questões relacionadas ao lago, e agora queremos tirar do papel a marina pública, mesmo que provisória. O compromisso é entregá-la no ano que vem.


Memória
Tragédias recentes
Por volta das 20h de 22 de maio deste ano, o barco Imagination deixou o Clube Ícone com pelo menos 110 pessoas a bordo, 18 a mais do que a capacidade. Uma hora depois, a água começou a invadir a embarcação. Nove pessoas morreram no naufrágio. O resgate dos corpos durou quatro dias. A Polícia Civil indiciou o empresário e o capitão do Imagination por homicídio culposo (sem intenção de matar). Exatamente um ano antes, uma lancha naufragou no lago com 11 pessoas. As irmãs Juliana Queiroz de Lira, 21 anos, e Liliane Queiroz de Lira, 18, morreram afogadas. Os corpos foram encontrados três dias depois. A perícia apontou o excesso de passageiros como causa do afundamento. O condutor da lancha também acabou indiciado por homicídio culposo.

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