Cidades

Intoxicação alimentar de 25 consumidores fecha churrasquinho no Gama

postado em 15/10/2011 08:30

O estabelecimento do Gama que servia churrasquinho e causou a intoxicação alimentar de pelo menos 25 pessoas foi interditado na quarta-feira pela manhã pela Vigilância Sanitária. O local deve ficar fechado até que se adeque às regras de manipulação de alimentos. Localizado no Setor Leste da cidade, o Churrasquinho do Barbosa, como é mais conhecido, funcionava de forma improvisada há 10 anos. De acordo com a Secretaria de Saúde, os principais sintomas apresentados pelos pacientes foram náusea, vômito, diarreia, dores no corpo e febre. Todos alegaram passar mal depois de comer no local na terça-feira à noite.

Segundo o diretor da Vigilância Sanitária do DF, Manoel Silva Neto, o local deve ficar fechado por tempo indeterminado. ;A interdição foi feita para que eles promovam as reformas estruturais e de procedimentos necessárias para oferecer boas condições;, afirma. Para ele, a responsabilidade é sempre do estabelecimento, mesmo que o problema tenha surgido antes de chegar ao restaurante. ;A responsabilidade da compra do alimento é do proprietário.;

Os pacientes foram atendidos no Hospital Regional do Gama (HRG) e em uma unidade particular da cidade, o Maria Auxiliadora. A Vigilância Epidemiológica coletou amostras de pacientes para investigar a causa da intoxicação. A previsão é de que o resultado fique pronto em até 15 dias. Nenhuma bactéria foi laboratorialmente confirmada até o momento. Entre as causadoras mais comuns de intoxicação alimentar estão microorganismos como salmonella e estafilococos.

A corretora de imóveis Roselaine Bevilaqua, 38 anos, foi uma das pessoas que sofreram com a intoxicação. ;É diarreia toda hora, dores abdominais, de cabeça e no corpo. O hospital ficou tão cheio que eu tive de dividir a maca com a minha cunhada e o soro com ela e o meu irmão;, conta. Roselaine foi ao churrasquinho com a família para comemorar o aniversário. ;A data vai ficar registrada pra mim.;

Só na família dela, sete pessoas tiveram intoxicação alimentar. O analista de sistemas Ricardo Machado de Almeida, 32 anos, conta que a esposa ainda não se sente bem. ;Ela dormiu com um mal-estar, mas no outro dia fomos almoçar com a família e todos estavam passando mal;, lembra.

Higiene precária
Como não foi um surto de infecção, a explicação encontrada foram as condições precárias de higiene do local. O gerente de fiscalização da Vigilância Sanitária, André Godoy, afirma que além da interdição, foi feita a apreensão de produtos mal acondicionados e que poderiam ser foco de problemas futuros. Além disso, o churrasquinho era servido em lugar improvisado, com infiltrações nas paredes e entulhos nos cantos. ;O local também pode pagar uma multa que varia de R$ 2 mil a R$ 2 milhões, de acordo com uma série de fatores", explica.

O dono do churrasquinho, conhecido por Barbosinha, não foi encontrado. A irmã dele, a auxiliar de cozinha Luzilene Coelho Santos, 45 anos, no entanto, afirma que esta é a primeira vez que o churrasquinho passa por problemas. ;Lá é bem movimentado. Você chega às 20h e não encontra mais mesa. Vem gente de Taguatinga, até do Plano comer aqui;, garante. Amigo de Barbosa, o funcionário público Edson Queiroz rocha, 43 anos, também defende o lugar. ;Eu conheço há 12 anos e jamais vou deixar de comer lá. Aliás, meu filho e a namorada comeram lá na terça-feira e não passaram mal;.

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