postado em 17/10/2011 07:09
Para alguns brasilienses, a chuva é motivo de alívio e comemoração. Mas para outros, os temporais trazem problemas e muita dor de cabeça. Falta de luz, acidentes de trânsito, buracos nas pistas, inundações e desmoronamentos são transtornos dos quais a capital da República não está livre. Na última sexta-feira, uma chuva forte assustou os brasilienses, causando estragos em vários pontos da cidade. No período de duas horas, foram registrados 32,6 milímetros de precipitação, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ; valor três vezes superior ao registrado no dia seguinte, quando choveu durante cinco horas. Isso fez com que o GDF convocasse uma reunião de emergência, para discutir o potencial de resposta dos órgãos competentes diante de eventos considerados pelo Executivo como ;atípicos;. Uma nova rodada de debates está marcada para hoje, às 15h, no intuito de avaliar as medidas tomadas, além de traçar novas estratégias.O governador em exercício, Tadeu Filippelli, deu detalhes da ação contra os efeitos da chuva. E foi contundente em dizer que o DF está bem preparado para enfrentar o fenômeno. ;Todas as áreas de governo trabalharam em preparação para a chuva. A Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) fez obras emergenciais e limpeza de bueiros, a CEB (Companhia Energética de Brasília) realizou a poda de árvores; o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) trabalhou para garantir o desvio das águas. Mas não tem sistema que dê conta da chuva que caiu na sexta-feira;, ponderou. ;O que fizemos diante disso foi marcar um encontro para avaliar qual o reflexo dessa chuva, que até semáforos desligou. Além disso, traçamos o que devemos fazer a partir de agora;, completou Filippelli. Segundo ele, as intervenções vêm ocorrendo desde a semana passada e acontecem até esta segunda-feira.
A CEB, uma das convocadas para a reunião com o GDF no sábado passado, já tem um plano estratégico diante do período de chuvas. Trata-se da Operação Toró, que consiste, basicamente, no aumento do efetivo da companhia e também na poda de árvores. Segundo o superintendente de Operação da CEB, Marcos Fontana, em épocas de chuva, as reclamações com relação à interrupção no fornecimento de energia aumentam cerca de 50% em todo o DF. ;Por isso, incrementamos também o nosso efetivo em até 50%. Normalmente, são 42 equipes trabalhando todos os dias;, esclarece. ;Os maiores problemas são causados em épocas de chuvas fortes, quando elas atingem as redes aéreas. Esse não é o caso do Plano Piloto, que possui redes subterrâneas. Os pontos mais críticos, normalmente, são Ceilândia e Samambaia;, revelou Fontana.
Áreas de risco
Brasília também convive com o problema das áreas de risco. São mais de 1,7 mil moradores ocupando 25 desses pontos, considerados ainda mais vulneráveis quando chove. Nesse período, a Defesa Civil intensifica o trabalho nessas áreas, fazendo vistorias com mais frequência que de costume. Na Quadra 10, em Vicente Pires, onde existe uma imensa cratera, foi disparado comunicado de alerta aos moradores. Embora o problema exista há anos, todo o cuidado é pouco. No Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, o perigo também ronda as casas. Na última semana, uma residência foi interditada e oito notificadas pelo órgão.
Embora seja uma área de domínio federal, a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) passou por reforços na pavimentação por determinação do governo local, após uma cratera se abrir no meio do asfalto. Segundo Filippelli, 18 carros ficaram danificados após passarem pelo local. ;Estamos pensando na possibilidade de resposta rápida para casos como esse. Uma das nossas ideias é criar espaços de trabalho apropriados, com telefones de atendimento, para encaminhar comunicações sobre buracos;, adiantou. Integraram a reunião emergencial membros das secretarias de Obras e de Transporte, da Novacap, da Caesb, da CEB, do DER, do Metrô e da Defesa Civil. ;Algumas obras já foram feitas e demonstraram resultados positivos, como uma intervenção em frente ao Zoológico. Lá, não acontece mais inundação;, arrematou Filippelli.
O Buraco do Tatu foi um dos pontos prejudicados com a chuva de sexta-feira. A pista ficou coberta de água após o temporal, dificultando a vida dos motoristas que passavam pelo local. Nas ruas de Vicente Pires, chuva também é sinal de alagamento. O governo é ciente disso, mas afirma que nada será resolvido na região enquanto o bairro não passar por uma urbanização.; Até lá, pouco pode ser feito no sentido de acabar com as ocorrências;, admite o governador em exercício do DF.