Cidades

Jovens brasilienses lançam projetos aeronáuticos em competição nacional

postado em 19/10/2011 07:25
O fascínio humano pelo céu sempre alimentou o imaginário coletivo. Há não muito tempo, a conquista do espaço aéreo finalmente se tornou um fato, revolucionando a história e os costumes. Mas os resultados não impediram que as novas gerações continuem sonhando.

A partir de amanhã, uma amostra dos novos projetos na área de engenharia aeronáutica alça voo na 13; edição da SAE Brasil AeroDesign, em São José dos Campos. Das 97 equipes participantes, três nasceram aqui no Distrito Federal.

O campeonato é a chance de mostrar ao público o resultado de meses de cálculos e estudos em laboratório. Não basta chegar à competição e lançar a aeronave. ;São três fases. A primeira é um relatório escrito, que já foi enviado. Lá em São Paulo, temos uma apresentação oral e a prova de voo;, explica Pedro Augusto Soares, 20 anos, capitão da equipe Draco Volans. Aluno do 6; semestre de engenharia mecânica da Universidade de Brasília, Pedro integra a equipe há dois anos. ;Em 2010, fomos bem na parte escrita, mas na hora de voar, não conseguimos tirar o avião do chão;, lembra. Este ano, a equipe sonha alto: quer ficar entre os dois primeiros lugares e conseguir a vaga para competição internacional.

A pontuação é baseada em vários quesitos. Quanto mais leve for a estrutura da aeronave e quanto maior a carga suportada durante o voo, mais pontos para a equipe. Estabilidade, tempo no ar e design completam as características avaliadas. Este ano, a Draco competirá com outra equipe do Distrito Federal. A Antonov, formada por alunos de engenharia mecatrônica da Universidade Paulista (Unip), tem três anos de existência. Para este ano, os seis integrantes levam um projeto similar ao apresentado em 2009, com algumas alterações na asa. ;Lutamos para ficar entre os 30 mais bem colocados;, afirma o capitão Antônio Vieira Júnior, 24 anos. Ao contrário da Draco Volans, que embarca para São Paulo com três aviões idênticos na bagagem, a equipe Antonov deve levar apenas um protótipo, com pares de asas reservas.

Equipamentos

Draco Volans e Antonov competirão na categoria regular, usando aviões com cerca de três metros de envergadura. Enquanto isto, outra equipe da UnB tenta buscar o título com um aeroplano menor, na categoria micro. ;O objetivo é o mesmo, carregar peso. O que muda é o motor, geralmente elétrico, e as dimensões do projeto;, explica Paulo Henrique Marques de Oliveira, 23 anos, membro-fundador da equipe Plano Piloto.

Independentemente da categoria ou dos objetivos, os três capitães encaram de maneira semelhante o envolvimento com a atividade. Antônio, Paulo e Pedro afirmam não ter escolhido, ainda, a área de atuação. ;Gosto bastante da área de aeronáutica, mas não defini se quero trabalhar com isso no futuro;, repetem.

A paixão que expressam ao detalhar seus projetos, as madrugadas em claro acertando os pormenores e mesmo o investimento do próprio bolso nas aeronaves mostram, no entanto, que o aerodesign é, para essa turma, mais que um simples hobby. Dos projetos em miniatura, podem surgir ideias e soluções para a aviação comercial de grande porte. Nas competições internacionais, as equipes têm a chance de se apresentar para olheiros de grandes empresas de aviação, que ficam atentos aos talentos adormecidos. Quando o assunto é o futuro profissional, não custa nada sonhar alto.

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