postado em 21/10/2011 08:15
O encarregado de obras Célio Gledson Rufino de Oliveira, 29 anos, teve a prisão preventiva decretada sob a suspeita de matar a golpes de marreta a ex-companheira, Tatiana Cristina Rodrigues Jacauna, 28. A barbárie ocorreu em 7 de setembro, no Recanto das Emas, e o acusado foi encontrado depois de 13 dias, em Colinas do Sul (GO). A detenção completou um mês ontem e ele seria solto. Após a conclusão do inquérito policial, no entanto, a Justiça decidiu mantê-lo encarcerado. Ele será encaminhado hoje para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde deve permanecer até o julgamento.A morte de Tatiana teria ocorrido na casa do ex-marido. Entre vários indícios, os peritos encontraram vestígios de sangue da vítima no imóvel. ;Ele (Célio) não confessa, mas, diante das provas materiais e testemunhais colhidas durante as investigações, não restam dúvidas de que cometeu o crime;, afirmou o chefe da 27; Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Alexandre Nogueira. Seis dias depois do homicídio, o corpo da mulher foi encontrado parcialmente queimado em um matagal do Setor de Chácaras Kanegae, no Riacho Fundo 1.
Inconformado com o fim do relacionamento, Célio teria ameaçado Tatiana várias vezes. ;Ele já tinha dito que ia matá-la, mas não ela não acreditava que chegaria a esse ponto;, lamentou a mãe da vítima, a dona de casa Cesária Rodrigues, 60 anos. No dia do crime, segundo ela, Tatiana teria passado a tarde com uma amiga e o filho mais novo, de 2 anos, na casa de Célio. Quando decidiram ir embora, o acusado teria dito que Tatiana iria ficar. A amiga saiu e deixou o casal e a criança a sós. Desde então, a vítima não foi mais vista.
O delegado Nogueira afirmou que o garoto de 2 anos estava na varanda quando o casal começou a discutir. Durante a briga dos pais, o menino pediu para entrar na casa, mas foi impedido por Célio. ;Ele a matou ainda dentro de casa. Depois, vizinhos o viram carregando o que aparentava ser um grande objeto para o interior do carro;, explicou. Segundo Nogueira, o acusado responderá por ocultação de cadáver e homicídio triplamente qualificado (por motivo fútil, por ter sido cometido à traição e com uso de meio cruel) e pode ser condenado de 12 a 30 anos de prisão.
;Não me conformo;
Os familiares tentam se recuperar do trauma causado pelo assassinato de Tatiana. ;Parece que a dor nunca vai passar. Fico vendo a minha filha em todos os cantos. Ela estava tão linda, tão feliz. Não me conformo que ela tenha morrido desse jeito;, desabafa Cesária Rodrigues. Tatiana tinha o filho de 2 anos com Célio e outros dois, de 7 e 9 anos, de um primeiro casamento. ;Ainda não consegui ter ódio (de Célio). Mas quero justiça, quero que ele pague pelo que fez;, acrescentou a dona de casa.
A mulher havia registrado, há pouco mais de um ano, uma queixa de violência doméstica contra Célio. Conforme a ocorrência policial, o acusado teria puxado os cabelos e agredido Tatiana, além de ter declarado estar ;comprando um negocinho; para a vítima. ;Nós sabíamos que ele era violento. Ele batia só na cabeça para não deixar hematomas pelo corpo;, afirmou Francisca Rodrigues, 50 anos, tia de Tatiana. Levado ao Judiciário, o caso foi arquivado por vontade da vítima.