postado em 21/10/2011 08:12
No primeiro dia após encerrarem uma paralisação de 72 horas, os policiais civis do DF decidiram parar os serviços nas delegacias por mais três dias, a partir das 8h de segunda-feira. Apenas crimes hediondos como homicídios e estupros, e acidentes de trânsito com morte, serão registrados nos balcões das delegacias. Nem mesmo o trabalho de remoção de cadáveres por morte natural em residências será feito. Os policiais interrompem os serviços como forma de pressionar o Governo do DF em relação ao acordo assinado pela categoria em abril de 2011, no qual são previstos reposição salarial de 13% e reestruturação da carreira, entre outros pontos. No fim da tarde de ontem, houve uma reunião entre representantes do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), a Secretaria de Administração e a Secretaria de Segurança Pública. Caso houvesse um acordo, a paralisação poderia ser suspensa e o sindicato convocaria uma assembleia extraordinária para segunda-feira. Sem decisão favorável aos policiais, quem precisar registrar ocorrências simples, tirar carteira de identidade ou receber documentos terá de voltar para casa.
A intenção é mobilizar toda a categoria para pressionar o governo. ;Ninguém vai entrar nas delegacias a não ser em casos de plantão. Se tiver de colocar pneu na porta das unidades, nós vamos fazer e quem vier com tratamento desrespeitoso, tentando avançar com o carro, receberá na mesma moeda;, ameaçou o diretor de Comunicação do Sinpol, Luciano Marinho. Ele ainda retrucou as notícias a respeito dos altos salários da Polícia Civil do DF, considerada a mais bem paga do Brasil. ;Enquanto a gente estiver brigando por salário é porque temos respeito pela sociedade. Quando pararmos de fazer isso, aí a população tem que ter medo da nossa polícia porque algo estará errado;, destacou ele. Atualmente, o quadro de servidores na ativa é de 4,7 mil policiais e delegados. O salário inicial de um agente é de, aproximadamente, R$ 7 mil e o de delegado gira em torno de R$ 11 mil.
Na Câmara Legislativa do DF, três parlamentares prometem ajudar os policiais a obter sucesso no pleito. Cláudio Abrantes (PPS), Wellington Luiz (PSC) e Dr. Michel (PSL) têm faltado a sessões no plenário a fim de não somarem quórum para a votação de projetos do GDF. ;Pelo segundo dia consecutivo, tiramos o quórum e não foi votado nada de ninguém;, disse Dr. Michel, em cima do carro de som, durante assembleia realizada na tarde de ontem no estacionamento 6 do Parque da Cidade.

Quinta paralisação
No primeiro semestre deste ano, os policiais civis pararam as atividades por 16 dias. A greve mais longa de 2011 teve início em 31 de março e se estendeu até 15 de abril. A categoria só decidiu pelo fim do movimento após aceitar uma proposta encaminhada pelo GDF.O documento garantiu reforço no efetivo, aumento salarial de 13%, dividido em duas parcelas, além da reestruturação da carreira. De 23 a 26 de fevereiro, os servidores também protestaram e, durante o período, apenas 30% dos policiais trabalharam. A terceira paralisação de 2011 aconteceu no último dia 7, quando as atividades ficaram suspensas por 24 horas. A quarta terminou ontem, mas a quinta já está agendada para segunda-feira. De acordo com o Sindicado dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), todas as paralisações são para pressionar o GDF a cumprir o acordo firmado com a categoria.