postado em 21/10/2011 09:39
Depois da longa estiagem e das chuvas, o frio chegou a Brasília e, com ele, a necessidade de casacos pesados, cobertores e até chocolate quente. Muita gente teve dificuldade de sair da cama para ir trabalhar ontem, quando foi registrado o dia mais frio do mês de outubro. Entre as 5h e as 9h, os termômetros marcaram 15;C. Para hoje e amanhã, a queda na temperatura deve ser ainda maior. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê mínimas de 13;C e 14;C e máximas de 19;C e 20;C, respectivamente. Mas a sensação de calor deve aumentar a partir de domingo e se intensificar no começo da próxima semana no Planalto Central. Embora ainda haja previsão de chuva, a frente fria começa a se dispersar. A meteorologista do Inmet Márcia Seabra explica que o fenômeno no Distrito Federal é provocado pela passagem de uma massa de ar frio pela região. ;Na segunda-feira passada, estava frio por conta das chuvas, pois sempre que chove, acontece a diminuição da temperatura;, explica. ;Hoje (ontem), entretanto, a influência é outra. A causa é uma massa de origem polar que vem da Antártida. Ela está atingindo a Região Sudeste e parte do estado da Bahia. A influência do vento também contribui para deixar a sensação térmica ainda mais baixa.;
No último dia 7, a temperatura também caiu em Brasília e chegou a 16,5;C. A média está longe da verificada no dia mais frio deste ano, 9 de junho, quando os termômetros marcaram 11,1;C. Segundo especialistas na área de pneumologia da Universidade de Brasília (UnB), os cuidados pessoais devem aumentar em épocas frias, quando há riscos de hipotermia (a temperatura do corpo cai abaixo do normal). Nessa época, também, as crises alérgicas são mais comuns. A recomendação básica à população é o aquecimento do corpo por meio da ingestão de líquidos quentes e uso de agasalhos.
Em uma repartição pública na Asa Sul, o ar-condicionado precisou ser desligado ontem, atendendo os apelos de cerca de150 funcionários que passaram frio no início da manhã. As roupas quentes não foram suficientes para driblar a sensação térmica. Na cantina do prédio, foi preciso aumentar a produção de cafezinho e capuccino. Segundo a servente Maria Inácia Abadia, 45 anos, foi preciso triplicar as receitas. ;Cada pessoa toma, em média, dois copos por dia com esse frio;, conta, ;e nem a gente que trabalha aqui consegue evitar de beber. Qualquer coisa que aqueça o corpo está valendo;.
Precaução
O servidor Elber Ferreira Marques, 30 anos, morador do Gama, não imaginava que, depois do castigo da seca, a temperatura iria cair tanto em Brasília. Ontem, após vários dias sem usar roupas pesadas, ele retirou do armário o casaco. ;Desde quarta-feira eu tenho sentido frio. E olha que eu sou bem calorento. Na hora de dormir, chego a usar dois edredons. Hoje (ontem), já saí de casa preparado. Mesmo assim, o vento não ajudou. Continuo sentindo frio.;
Com o tempo nublado e o frio, a sensação de preguiça também é grande. ;Esse clima dá muita moleza. Sair da cama se transforma em um verdadeiro sacrifício. Para piorar, tem esse horário de verão. Quando eu acordo, o céu está escuro e não parece que já é dia;, contou a estudante Alyne Matos, 19 anos. Assim como Eber, ela só sai de casa depois de vestir agasalho. ;Agora, eu sempre ando com duas blusas de frio e um cachecol. E, claro, não me esqueço do guarda-chuva de jeito nenhum.;