Cidades

Polícia não prende nem indicia ninguém por agressão contra jovens

postado em 24/10/2011 08:00
A pancadaria generalizada em frente a uma casa de shows de Taguatinga Sul terminou com um homem internado em estado grave no Hospital de Base do Distrito Federal. Por volta das 5h de ontem, quatro homens espancaram o estudante Bruno Souto Vaz, 28 anos, e um amigo dele, próximo à choperia Villa Boêmia. Outros dois amigos das vítimas também apanharam. Segundo testemunhas, os agressores continuaram chutando Bruno mesmo após ele ter caído. Inconsciente, ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Os médicos diagnosticaram traumatismo craniano e hemorragia. O amigo dele, de 21 anos, recebeu atendimento em um hospital particular, com fraturas no rosto e ferimentos no olho direito. Ninguém acabou preso ou indiciado.

Havia dois militares entre os supostos agressores. Conforme o boletim de ocorrência registrado na 21; Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), participaram da briga Randan Gonçalves de Souza e Gustavo Santos Garcia, ambos da Aeronáutica, além do corretor de imóveis Tiago Henrique Ribeiro de Souza e do estagiário Atahander Julio Fernandes Souza. Dos quatro, apenas Randan e Atahander prestaram depoimentos. Eles afirmaram ter sido vítimas e que a briga teria começado porque Bruno estaria com ciúme de uma mulher. A delegada Nancy Alencar afirmou ser preciso ouvir o restante dos envolvidos para apontar culpados.

Os parentes da vítima contestam a versão do militar. Uma prima de Bruno, que preferiu não revelar o nome, disse que o jovem e os amigos estavam indo embora do local, quando os agressores o atacaram com socos e pontapés. Ela contou ainda que o primo não estava acompanhado por nenhuma garota. ;Ele (Bruno) já estava caído e, mesmo assim, continuou apanhando. Como ele saiu tão machucado desse jeito? Só pode ter sido gente mais experiente (em bater);, desabafou o pai da vítima, Francisco Vaz, 55 anos.

Pela manhã, Bruno passou por duas cirurgias. Uma para retirar um coágulo no cérebro e outra para reparar o afundamento no crânio. Até o fechamento desta edição, Bruno estava em coma induzido. A família do rapaz passou o dia em frente ao HBDF para garantir um laudo que permita a transferência dele para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Um dos amigos de Bruno passou por cirurgia para conter um ferimento interno na cabeça. Segundo parentes, além da fratura no rosto, os socos no rosto comprometeram o canal de um dos nervos do olho direito.

;Covardia;
Nem mesmo as vítimas das agressões entenderam como a confusão começou. Segundo um dos amigos de Bruno, que preferiu não se identificar, ele estava saindo da choperia quando viu a pancadaria. Na tentativa de salvar os dois amigos, levou dois socos no rosto e caiu. ;Foi tudo muito rápido. O que houve foi uma covardia. Mesmo depois que ele estava inconsciente, eles continuaram batendo;, relembrou.

Os seguranças do estabelecimento tentaram separar a briga e conseguiram conter dois dos agressores até a chegada da polícia. ;Vi quatro pessoas em cima de duas, então fiquei preocupado. Chamei cinco seguranças da casa para separar a confusão e depois outros sete também foram ajudar;, contou o gerente do estabelecimento, Marcelo Gazeta Theza.

As famílias das vítimas vão tentar conseguir imagens da choperia para anexar a um processo que pretendem mover contra os acusados.

Colaborou Kelly Almeida

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