Cidades

Pequenas e microempresas do DF sobrevivem mais do que as do resto do país

postado em 25/10/2011 06:50
Para se manter no mercado, a empresária Simone diz que é preciso controlar a qualidade e os custos
Pesquisa divulgada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela que o percentual de empreendedores locais que conseguem se manter na ativa após os dois primeiros anos de funcionamento ; período com alto risco de mortalidade ; é superior à média nacional para todos os setores da economia, com exceção de um. A sobrevida de empresários da construção civil é de 77%, a mais alta do país e 11 pontos percentuais à frente da média nacional, que atinge somente 66%. A referente a comércio e serviços é de 75% para cada, contra 74% e 72% no Brasil. A indústria, com 74% de sobreviventes, é o único segmento a ficar abaixo da média brasileira, que está em 75%.

As informações são relativas às empresas constituídas em 2006. Tanto no país quanto no DF, houve um avanço no índice de sobrevivência geral, na comparação com o registrado para negócios iniciados em 2005. Enquanto localmente o percentual avançou de 72,6% para 75%, nacionalmente passou de 71,9% para 73,1%. Na avaliação do Sebrae, os números indicando aumento da sobrevivência de 2005 para 2006 significam que os esforços de capacitação dos empreendedores e a melhora do arcabouço legal para a pequena empresa vêm cumprindo seu papel.

Para Antônio Valdir Oliveira Filho, superintendente do Sebrae no Distrito Federal, os registros acima da média do país refletem a capacidade que Brasília e região têm de absorver a oferta de bens e serviços. ;Temos um ambiente muito favorável para a sobrevivência. Possuímos uma das maiores rendas per capita e um mercado consumidor garantido;, avalia. O superintende chama a atenção para a elevada taxa de sobrevida da construção civil. ;É algo muito particular do DF, pois é uma região em franco processo de crescimento;, afirma.

Como tinha experiência na área, a empresária Simone Hammerschmidt apostou no aquecimento do ramo imobiliário na capital federal. Em 2008, abriu a Efeta, pequena construtora e incorporadora. A empresa passou pela turbulência dos dois primeiros anos de existência, e atualmente está concluindo sua primeira obra: uma casa no Lago Sul. Para Simone, os fatores determinantes para seu negócio se sustentar no mercado foram planejamento e preparo. ;Você tem que conseguir manter a empresa redondinha em todos os sentidos. Se não tiver controle de qualidade e de custos, não vai para frente. Só dessa forma é possível sobreviver sendo pequeno, pois o mercado está cada vez mais competitivo;, ensina.

Ao longo de uma década, a empresária teve uma experiência oposta à atual. Simone Hammerschmidt foi sócia-proprietária de uma grande empresa de pavimentação e drenagem, que deixou após se separar do marido. Para ela, o momento aquecido da construção civil abre espaço para grandes e pequenos. ;Com os programas de governo, como o ;Minha Casa, Minha Vida;, há oportunidades para todo mundo;, acredita.

Professora do curso de Administração de Empresas do Centro Universitário do Distrito Federal (Uniceub) na área de empreendedorismo, Érica Lisboa ressalta que, na maior parte das vezes, os problemas enfrentados pelas pequenas empresas no início do funcionamento têm a ver com uma única questão: falta de planejamento.

A boa notícia, afirma a professora, é que o Brasil tem sido bem sucedido em reverter esse quadro. ;Até 2007, o que mais se via no país eram pequenos negócios abertos por necessidade. Significa que a pessoa ia vender pipoca ou cachorro-quente só para assegurar a subsistência. Mas, de lá para cá, cresceram os negócios abertos por oportunidade, quando o empresário pesquisa, identifica um nicho. A estabilidade econômica do país contribuiu muito para isso;, diz.

Brasil é o 4; no ranking mundial
O Brasil está bem colocado no cenário internacional no que diz respeito à sobrevivência de micro e pequenas empresas. O estudo do Sebrae mostrou que o país está em quarto lugar com o maior percentual de empreendimentos ativos após os primeiros anos de funcionamento. O índice de sobrevida de 71,9% para negócios constituídos em 2005 ficou atrás apenas dos registrados para Luxemburgo (76,3%), Estônia (74,9%) e Canadá (73,8%).

Fique atento

Confira dicas para a sobrevivência de sua empresa

; Planeje-se
; Respeite sua capacidade financeira
; Não misture finanças da empresa com as pessoais
; Fique de olho na concorrência
; Pesquise novos fornecedores
; Tenha controle do seu estoque
; Invista em estratégias de marketing
; Inove, mesmo que seja um produto/serviço de sucesso
; Invista constantemente na formação empresarial

Exportação cresce 7,6%
As micro e pequenas empresas brasileiras registraram em 2010 um aumento de 7,6% no valor das exportações em comparação a 2009. É o que mostra pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em todo o ano passado, foi exportado um total de US$ 2,03 bilhões. Em 2009, o volume de negócios alcançou US$ 1,88 bilhão. Apesar disso, a participação das pequenas empresas no valor exportado caiu de 1,2% para 1%. A pesquisa aponta ainda uma pequena redução no número de empresas exportadoras ; 11.858 em 2010 contra 12.184 em 2009 ;, representando uma variação negativa de 2,7%. Cada MPE exportou, em média, US$ 171 mil em 2010, 10,6% a mais do que no ano anterior. Desde 2002, o valor médio exportado por pequenos empresários subiu 70,5%.

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